Ailim Cabral, Isa Stacciarini
postado em 15/05/2014 06:08
A família das duas crianças que tiveram a vida interrompida pelo artesão Rômulo Sebastião Nascimento de Souza, de 21 anos, não pensa em voltar a viver na casa onde morava havia nove anos na QNM 7 em Ceilândia Sul. Os irmãos Drielly da Silva Santos, 13, e João Guilherme da Silva Santos, 9, morreram asfixiados, depois que o acusado colocou fogo na residência, na segunda-feira. O local se transformou em um ponto de visitação de amigos, vizinhos e curiosos. Ontem, Marcos Paulo, 20, irmão mais velho das vítimas e um dos envolvidos no caso, passou na residência para pegar roupas e objetos. Também na quarta-feira, os dois foram sepultados no Campo da Esperança em Taguatinga, em cerimônia que reuniu cerca de 500 pessoas.
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Visivelmente abalado, Marcos tinha ido buscar o pouco daquilo que sobrou do incêndio criminoso. Após alguns minutos, ele saiu com três trouxas de roupas, uma televisão, um aparelho de DVD e um gato de estimação de Drielly. O jovem, que trabalha como atendente em uma loja de um shopping da M Norte, contou ao Correio como conheceu o rapaz que confessou ter ateado fogo nas crianças. Segundo Marcos, ele começou a se relacionar com o artesão há cerca de oito meses. ;Eu o conheci em um encontro de pessoas que tem uma rede social específica. Lá, a gente posta fotos, frases e textos. O Rômulo foi à reunião porque um amigo dele ia e o convidou. Foi a partir daí que a gente começou a se falar e ser amigos;, relata.
Marcos conta a história com a voz embargada. Em princípio, o crime teria sido motivado por uma dívida dele com Rômulo. Ele conta que há duas semanas comprou do artesão duas luminárias, uma pedra roxa, uma pulseira de cobre e um brinco para a irmã Drielly. Ao todo, o valor dos produtos teria ficado em R$ 140. Na segunda-feira, o jovem pagou a Rômulo a quantia de R$ 100 e o acordo foi que os R$ 40 restantes seriam dados na próxima semana. ;Não houve nenhuma discussão. Rômulo estava tranquilo, a gente até brincou algumas vezes e rimos. Depois, fomos até a parada de ônibus juntos. Ele disse que ia para casa e depois faria um dread no cabelo de uma amiga. Eu atravessei a rua para esperar o ônibus e ele ficou na parada do outro lado da pista;, destaca.
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