Cidades

Casal cria projeto de fotografia na UTI neonatal do Hospital de Santa Maria

O objetivo é levar a imagem do bebê internado às famílias e, em casos extremos, permitir que a mãe leve para sempre a foto do filho

postado em 18/05/2014 08:35
O objetivo é levar a imagem do bebê internado às famílias e, em casos extremos, permitir que a mãe leve para sempre a foto do filho

Na ala do Hospital Regional de Santa Maria, estão internados 21 bebês, a maioria em prematuridade extrema. As mães acompanham atentas a evolução do estado de saúde dos pequenos. Em um ambiente onde vida e morte seguem limiares sutis, o casal de fotógrafos Vivian Manzur, 32 anos, e Luiz Eduardo Finotti, 33 anos, deu novo sentido ao trabalho que desenvolvem há cerca de 10 anos. Ali, o foco deles era a convivência ; tão fisicamente distante ; entre recém-nascidos e progenitora.

Momentos como os registrados pelos dois se tornam impagáveis, tanto para quem está à frente da câmara quanto para quem está atrás, na avaliação de Vivian. ;São famílias muito abaladas porque a chance de perda (da criança) é muito alta. Em alguns casos, aquele pode ser o único registro que a mãe vai ter de seu filho;, explica. A motivação para o ensaio surgiu da busca por um compromisso social do trabalho, de acordo com Luiz Eduardo. ;Nosso conceito é a fotografia com amor, como um registro sentimental. Estávamos, então, procurando uma forma de mudar a vida das pessoas por meio dela;, define. O casal tem três filhos e passou por situação semelhante às que fotografou. ;Nós vivemos a internação na UTI com nossa filha do meio, hoje com 5 anos. Ela passou só 24 horas na unidade, mas foi o suficiente para sabermos a angústia que se vive nesta hora;, continua Vivian.

A iniciativa surtiu efeitos bastante significativos, como o encorajamento de Danúbia Alves de Oliveira Souza, 30 anos, a segurar, pela primeira vez, o filho Paulo Henrique no colo. ;Foi sensacional. Isso me deu uma vontade de chorar de tanta emoção. Eu tinha medo de pegá-lo porque ele é muito pequeno ainda, muito frágil;, descreve. Há um mês na unidade, a supervisora de produção aprendeu a controlar os sentimentos, por vezes contraditórios, que se vive durante a internação de alguém da família. ;Antes, eu não aguentava ficar aqui 24 horas por dia. Eu ia e voltava para casa, em Taguatinga, por causa dos meus outros dois filhos, de 8 e 12 anos. Agora, eu quero ficar o tempo todo ao lado dele. Mas não vejo a hora de ele ficar bem para sairmos do hospital;, torce.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação