Isa Stacciarini
postado em 20/05/2014 18:34
Um médico cubano que atua em um posto de saúde de Luziânia (GO) por meio do programa Mais Médicos, do Governo Federal, é investigado pela Polícia Civil de Goiás por suposto abuso sexual - a denúncia foi feita por três mulheres grávidas. As pacientes desconfiaram do exame de toque realizado pelo profissional no último 13 de maio. Nesta quarta-feira, às 9h, o médico deve comparecer à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher para prestar depoimento. Segundo a delegada chefe da unidade policial, Dilamar de Castro, as mulheres foram fazer consulta de pré-natal na manhã de 13 de maio, quando perceberam que o procedimento do médico era ;estranho;.
De acordo com as investigações, quando as mulheres questionaram o atendimento, o suspeito pediu que ficassem tranquilas e se imaginassem em uma praia. Segundo as vítimas, ele acariciou a região íntima das três. No mesmo dia, elas fizeram a denúncia.
O procedimento, que apenas atesta a dilatação do colo do útero, dura normalmente poucos minutos. No entanto, o médico teria demorado aproximadamente 10 minutos com movimentos que deixaram as pacientes desconfiadas. As vítimas, de idade entre 19 e 21 anos, desconfiaram da conduta do médico e procuraram a Secretaria de Saúde da Prefeitura do Município.
A delegada ouviu as três vítimas e a enfermeira que atende no posto de saúde onde ocorreram as consultas. Segundo Dalimar, foi a enfermeira quem orientou as vítimas a denunciarem o caso.
O médico está afastado das atividades do Posto da Unidade Básica de Saúde, no bairro Parque Alvorada I, desde a data da denúncia. Ele prestou esclarecimentos na Secretaria de Saúde do município e em 15 de maio foi instaurada sindicância para apurar as possíveis irregularidades. Um processo administrativo também foi aberto para analisar as responsabilidades.
As mulheres foram examinadas no Instituto Médico-Legal (IML), mas não foram encontradas evidências físicas da violência, porém, por meio do depoimento das três, contatou-se conduta foi inadequada.
O cubano é considerado suspeito de violação sexual mediante fraude, crime que pode levar à prisão por até seis anos. No dia seguinte ao das denúncias, ele não voltou ao trabalho e foi afastado até o fim das investigações.
O Ministério da Saúde, responsável pela contratação do médico, instaurou processo disciplinar para apuração da conduta. Em nota, o ministério informou também que apoiará a Polícia Civil de Goiás e acompanhará a investigação criminal. O médico atua no posto de saúde de Luziânia desde outubro do ano passado.
(Com Agência Brasil)