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Museu afro-brasileiro deve sair do papel em breve, diz Marta Suplicy

O Museu Afro será erguido às margens do Lago Paranoá. A ideia é criar um centro de referência da cultura negra, com pesquisas sobre os impactos da escravidão no Brasil

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse nesta terça-feira (20/5) que o edital do concurso para definir o projeto arquitetônico do Museu Nacional Afro-Brasileiro de Cultura e Memória deve sair nos próximos dias. O projeto do concurso está a cargo do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e a expectativa é que seja lançado ainda neste primeiro semestre, segundo a ministra.

Ela confirmou que a parceria com o IAB está fechada desde 2013, mas preferiu não dar detalhes sobre o edital. ;Mudamos algumas coisas, e talvez na semana que vem tenhamos novidades;, declarou Marta em visita ao Rio de Janeiro.

O Museu Afro será erguido em Brasília, em terreno doado pelo governo do Distrito Federal, às margens do Lago Paranoá. A ideia é criar um centro de referência da cultura negra, com pesquisas sobre a situação dos negros no Brasil, sobre os impactos da escravidão, onde o visitante poderá compreender a influência da cultura afro-brasileira na identidade nacional.

Presidente da Frente Parlamentar em Apoio à Criação do Museu Afro-Brasileiro em Brasília, o deputado Edson Santos (PT-RJ), destinou R$ 300 mil em emenda parlamentar de 2013 para o concurso do IAB. Este ano, a frente parlamentar arrecadou mais R$ 600 mil para executar o projeto, que deve ser escolhido no concurso.

O deputado disse que a ideia da frente é articular o Congresso Nacional para viabilizar a construção e manutenção da unidade. ;Ao iniciar-se o projeto, quando o museu ganhar materialidade, a frente parlamentar vai buscar recursos e mecanismos para fortalecer o orçamento do ministério com vistas ao museu;, disse à Agência Brasil.



Durante seminário sobre a escravidão, na Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, zona sul do Rio, a ministra da Cultura destacou que o museu afro ;pretende resgatar uma história não contada;. ;Finalmente, a história vai sair dos livros, quer dizer, entrar, porque nunca entrou, e em museu, que não será de artefatos ; esses nós temos -, mas de arquivos, que faça pesquisa, que possibilite reflexões e que agregue à nossa capital, Brasília, esse lugar de aprofundamento da identidade brasileira;, explicou.

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com servidores em greve, não atendeu à reportagem. Procurado, o IAB também não antecipou detalhes sobre o concurso.