Cidades

Projeto leva música, teatro, mamulengos e improviso às estações de metrô

O objetivo é fazer com que a arte siga até o público

postado em 22/05/2014 06:07
Os artistas que fazem parte do projeto Estação Brincadeira Popular comemoram a iniciativa
O forró pé de serra atravessa o ritmo dos passos que entram e saem do metrô. Nas estações, em um dia comum da semana, o triângulo soa forte como o tirintar dos trilhos. A rabeca, por sua vez, ;canta; tanto quanto os freios das composições. Por alguns minutos, não são os relógios que determinam o caminhar dos trabalhadores que passam por ali, mas os toques da zabumba. A fala divertida de bonecos mamulengos interrompe o anúncio formal do trajeto a ser percorrido. É assim que um sutil milagre cultural toma forma nas plataformas de embarque e desembarque, antes tomadas de pressa, preocupação e compromissos. A intervenção faz parte do projeto Estação Brincadeira Popular, cujo objetivo é difundir a cultura além dos espaços tradicionais de apresentação.


A iniciativa é comandada pelo grupo Mamulengo Fuzuê e pelo Palhaço Amendoim e pretende aproximar o público da tradição do teatro de mamulengos e da narrativa de histórias populares. Ao todo, quatro estações do Metrô recebem a visita do grupo Mamulengo Fuzuê e do Palhaço Amendoim. Na próxima semana, a trupe desembarca na Estação Guará (leia Serviço). ;Nós vamos aonde o popular acontece, aonde a cultura nordestina é bastante forte;, conta a produtora executiva do projeto, Mirella Dias. O teatro de mamulengos é uma brincadeira popular em que se contam anedotas sobre os tipos comuns, principalmente no nordeste ; o trabalhador, o coronel, a filha do coronel, os palhaços ;, por meio de marionetes de pano e madeira. O teor das esquetes é a crítica social, como a exploração do trabalhador e o abuso de poder, sempre com humor. O improviso, originado da participação dos espectadores, também tempera as cenas. ;É uma brincadeira em que o roteiro é construído em conjunto com as pessoas que assistem à apresentação;, explica o coordenador do Mamulengo Fuzuê, Thiago de Francisco.

Do encontro, sobram risadas e brincadeiras, como as que fazem a dona de casa Ivone Holanda Pereira, 71 anos, se lembrar da infância, no interior do Ceará. ;É maravilhoso porque me faz lembrar das músicas, do forró e do jeito das pessoas da minha terra;, conta. A mulher se mudou para o Distrito Federal há 30 anos e defende a valorização da cultura para as gerações mais novas. ;Eu queria que meu neto, que está na escola agora, estivesse comigo para assistir à apresentação e conhecer um pouco mais das origens dele;, conta.

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