postado em 25/05/2014 08:00
Foi uma ;intervenção romântica;, Lelé dizia sobre a experiência em Abadiânia. Também considerava a sua melhor experiência (em O que é ser arquiteto, de Cynara Menezes, Editora Record). O arquiteto João da Gama Filgueiras Lima montou uma fabriqueta na cidadezinha à margem da BR-060, a 130km de Brasília. Povoado de não mais que 5 mil habitantes que recebeu um morador comprometido com as causas sociais daquele tempo, o dominicano Frei Mateus Rocha.
Reitor da Universidade de Brasília (UnB) por quatro meses, e depois na gestão de Anísio Teixeira, o religioso foi afastado pelo regime militar. Decidiu se retirar para um sítio em Abadiânia. A forte amizade com Lelé, cultivada nos tempos de UnB, levou os dois a se encontrarem nas terras goianas em fins de semana de muita conversa, sonhos e lamentos pelo que ocorria no país.
[SAIBAMAIS]Com a posse do prefeito Vander Almada, amigo de frei Mateus, juntaram-se as utopias do dominicano identificado com a Teologia da Libertação (os dominicanos foram a ordem religiosa sobre quem a ditadura investiu mais ferozmente) com o ímpeto do então comunista Lelé. Nascia a ideia de se criar um Plano Diretor de Abadiânia para formular projetos de desenvolvimento da região.
Antes de começarem as obras em Abadiânia, Lelé já havia deixado marcas na cidade. Também amigo de frei Mateus, o paulista João Benko tinha montado um rancho de palha à margem da BR-060 para a venda de mudas de plantas. Chamava-se Jerivá. Benko queria transformar o negócio em lanchonete e precisava alguém que desenhasse uma estrutura melhor. A ideia veio do frei: ;Eu tenho um amigo. Ele vem aqui sempre;. Era Lelé.
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