postado em 26/05/2014 06:00
Durante três anos, Maruska Lima não tirou férias. Simplesmente não havia brechas no calendário apertado das obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Coube à engenheira civil orquestrar a execução dos contratos firmados para construir o que, para ela, é a melhor arena do Brasil. Para isso, lidou com nada menos de 15 mil operários, consultores estrangeiros, construtoras, autoridades para cumprir os prazos. Nada, no entanto, que lhe tirasse o sono. Pelo contrário. A diretora de Obras Especiais da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) está acostumada a ser uma equilibrista num universo tradicionalmente masculino há muito tempo.
Aos 12 anos, Maruska sabia que, quando crescesse, queria construir. Desenhava plantas baixas dos locais por onde passava. E ela passou por vários lugares. Como o pai era militar, ela se acostumou a se mudar sempre. Nasceu em Natal, viveu parte da infância nas belezas de Fernando de Noronha (PE), morou em Manaus, em Fortaleza e no Rio de Janeiro, cidade que a conquistou. ;Sempre achei bom mudar, conhecer pessoas, cidades;, diz a engenheira.
Quando chegou a hora de prestar vestibular, ela morava na capital amazonense, onde as universidades não ofereceriam arquitetura, sua primeira escolha. O mais próximo disso era engenharia. Anunciada a decisão, tão cedo começaram os questionamentos que ela ouviria ao longo de toda a vida. ;Mesmo na década de 1970, Manaus tinha conceitos provincianos. As pessoas diziam que engenharia era curso de homem, que eu ficaria desempregada. Mas a família me apoiou;, conta. Era o respaldo que precisava.
A última mudança familiar da qual ela participaou foi para Brasília. Por isso, os estudos começaram na Universidade de Brasília. Para a feliz surpresa da futura engenheira, na turma de 16 calouros, oito eram mulheres. Maruska se formou já contratada por uma construtora de médio porte, onde assinou o primeiro projeto, também na UnB. Era o Pavilhão de Usos Múltiplos da instituição. Ela se lembra de ter trabalhado com afinco como se a propriedade final fosse dela.
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