Uma crise que perdura desde o início do ano na Universidade Católica de Brasília (UCB) pode provocar a intervenção em uma das instituições de ensino superior mais tradicionais da capital do país. O reitor Afonso Celso Galvão tem sofrido ameaças constantes de demissão. Com apenas um ano na gestão, ele só poderia ser deposto por justa causa. No entanto, fontes ouvidas pela reportagem do Correio afirmam que a pressão vem da mantenedora da universidade, a União Brasiliense de Educação e Cultura (Ubec) ; que escolheria um novo nome para assumir o cargo. A sociedade civil, formada por cinco Províncias Religiosas e uma Diocese, teria iniciado a coerção porque o reitor desobedeceu à ordem de começar um novo projeto para a graduação. O gestor colocou o documento em votação nos conselhos superiores, que vetaram a proposta.
De acordo com o estatuto da UCB, documento aprovado pelo Ministério da Educação, o mandato do gestor deve durar quatro anos. Ele só deixa o cargo se cometer irregularidades, como prevaricação e dano à universidade. A intervenção da mantenedora iria contra o estatuto. Com pontos polêmicos, a versão do projeto de mudança na graduação exigida pela Ubec desagradou à comunidade acadêmica. Em abril deste ano, alunos fecharam o Pistão Sul para protestar contra as mudanças (confira Memória).
Na noite de ontem, cerca de 800 pessoas participaram de um ato público dentro da universidade para pedir que a autonomia da UCB seja respeitada. De acordo com a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), cabe à universidade a elaboração do projeto pedagógico e do estatuto interno (veja O que diz a lei). ;Eles queriam impor a mudança sem ouvir os professores ou os alunos. Nós não temos autonomia nem democracia;, discursou o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Lício Jonatas de Oliveira.
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