Um gesto de solidariedade de um grupo de amigos fez a alegria de pessoas em situação de rua de Brasília. O projeto Brechó de Rua ofereceu a essa população a oportunidade de adquirir roupas, calçados e acessórios, ontem, na 903 Sul. Tudo isso, obra de doações por parte da comunidade. A cada cliente que entrava no ;estabelecimento; para escolher as vestimentas, o que se observava era o sorriso de satisfação com o novo vestuário e alegria de ser lembrado ; e sem pagar nada. Foi a primeira ação do grupo, que pretende organizar outras edições na capital federal.
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Tudo isso surgiu quando os 14 voluntários, todos do mesmo círculo de amizade, tomaram conhecimento de um projeto desenvolvido na África do Sul. O The Street Store (A loja de rua, em livre tradução) leva, até as vias daquele país, roupas e calçados. ;Lá, eles colocam as araras nas ruas mesmo e as pessoas chegam e levam as peças;, comentou a estudante de psicologia Juliana Sangoi, 30 anos, uma das organizadoras da ação no Distrito Federal. O grupo de amigos se interessou pela ideia e decidiu logo desenvolver a versão para a capital federal. Em fevereiro, eles começaram as atividades nas redes sociais por meio da página Brechó de Rua. O grupo mobilizou a população e conseguiu arrecadar um grande volume de vestimentas. ;Se aparecia alguma doação, íamos até a casa do doador e pegávamos. Realizamos também uma ação no Parque da Cidade, onde as pessoas puderam levar as ruas;, completou Juliana.
Para a versão brasiliense, eles estudaram inicialmente qual seria o melhor lugar. O grupo viu no Centro de Referência Especializada para a População de Rua (Centro POP), na 903 Sul, o lugar ideal para atingir o público. Mais de 2.300 peças, entre roupas, sapatos, cobertores, bolsas e produtos de higiene pessoal, foram arrecadadas para a ação. No Brechó, os clientes atendidos pelo local podiam entrar na loja montada e levar as peças ; não precisam pagar. O espaço tinha provadores com espelhos e voluntários, que faziam as vezes de ;vendedores; e auxiliavam as pessoas com dicas na escolha dos modelos. Ternos, vestidos e até acessórios, como bolsas, lenços e bijuterias podiam ser adquiridos. ;A gente quis simular uma loja para eles não se sentirem como se estivessem recebendo alguma esmola ou doação, mas como uma maneira diferente de receber;, explicou a servidora pública Mariana Queiroz, 29, integrante do grupo.
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