A disputa entre eles começa na cozinha, mas o assunto é futebol. Donos e funcionários de restaurantes no Distrito Federal estão num verdadeiro cabo de guerra nas torcidas pelas seleções classificadas para a Copa do Mundo. Na culinária italiana, francesa e portuguesa, há estrangeiros e brasileiros no corpo a corpo para defender o time preferido, cada um a sua maneira. Em alguns estabelecimentos, serão colocadas tevês especialmente para a transmissão das partidas e vale até mesmo vestir a camisa por baixo do uniforme.
O garçom Hélio Nunes Bonfim, 40 anos, trabalha há dois num restaurante onde os patrões são portugueses, o Bier Haus, na 402 Sul. Nem por isso cogitou torcer para Portugal, caso o Brasil seja eliminado da disputa. Ele vai trabalhar normalmente durante o período, mas não deixará de lado as cores verde e amarelo. ;Aqui, acontece assim: nós os secamos e eles secam a gente. E isso é muito legal, pois as brincadeiras nos aproximam. A camisa do Brasil vai estar presente, mas embaixo do uniforme. Assim já está valendo;, mencionou. Bonfim acredita na atuação de David Luiz durante o Mundial. ;Ele sempre foi um bom zagueiro. Não vai fazer feio agora e vamos ganhar o título.;
Do outro lado do balcão, um dos donos do restaurante, José Antônio da Rocha Rodrigues, 66 anos, aposta suas fichas em Cristiano Ronaldo ; que ontem recebeu a notícia que está machucado e pode não jogar. Mas diferentemente de Hélio, cogita torcer para o Brasil, caso Portugal seja eliminado. ;Respeitamos os outros países e os clientes. Aqui, temos frequentadores de várias nacionalidades, pois nossa culinária é diversificada. Então, vamos ornamentar com bandeiras de vários países;, elucidou. Todas as partidas serão transmitidas nos sete tevês instalados no local.
Marido e mulher
No café e bistrô Daniel Briand, na 104 Norte, o proprietário Daniel Briand é França, mas a esposa dele, a fotógrafa Luiza Venturelli, grita Brasil. Segundo ela, em 1998, assistiu ao país do coração ser derrotado pelo time rival em solo francês. Agora, ela aguarda a revanche na terra natal, confiante no hexacampeonato. ;Estava com a camisa brasileira em meio a um grupo de franceses. Quando o Brasil começou a perder, quis esconder a camisa, mas não teve jeito. Agora, é a nossa vez de ganhar;, brincou Luíza. Daniel também se mantém firme em apoio ao país de onde veio há 19 anos, mesmo diante de uma possível disputa entre os dois países. ;Só torcerei para os daqui se a França sair, mas sei que o Brasil é um dos favoritos;, afirmou.
A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique