Em uma manifestação com pouca gente, policiais militares não aceitaram o convite de manifestantes para jogar bola na Rodoviária do Plano Piloto, nesta quinta-feira (19/6). Integrantes do grupo Comitê Popular da Copa levaram bola e chegaram a montar traves. A ideia, que não avançou, era desafiar policiais a ;abaixarem as armas; e disputarem uma partida de futebol.
A 30 minutos do início da partida entre Colômbia e Costa do Marfim, no Estádio Nacional Mané Garrincha, o protesto era pacífico e reunia 80 pessoas, incluindo dezenas de jornalistas. A segurança era feita por cerca de 120 policiais, que conversaram com os líderes do movimento e os lembraram da proibição de se aproximarem do estádio.
Com a bola rolando no Mané, os manifestantes seguiram pelo Eixo Monumental até a altura da avenida W3, onde policiais fizeram uma barreira e a cavalaria da PM estava de prontidão. Barrados, os militantes passaram a jogar bola no meio da rua. Perto das 13h30, o grupo retornou a rodoviária e, após uma rápida assembleia, se dispersou.
Comitê Popular da Copa é um grupo que se mobilizou para protestar contra a realização do torneio internacional no Brasil. Até as 22h de quarta-feira (18/6), 421 pessoas tinham confirmado presença na manifestação.
Na página do grupo no Facebook, houve uma convocação, em tom de desafio. "Iiremos pra rua jogar futebol numa das áreas mais militarizadas do mundo neste momento! E os movimentos, organizações, coletivos, entidades, militantes e cidadãos indignados desafiam a Polícia Militar a abaixar a arma, se desmilitarizar, e vir jogar conosco;, destacou o movimento.
O grupo acrescentou que o desafio para a desmilitarização já foi feito pela própria Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Anistia Internacional, para quem, conforme os integrantes do comitê, ;é uma aberração a existência até hoje de uma Polícia Militar, com os mesmos moldes da ditadura;.
Em nota, o Governo do Distrito Federal reafirmou que apoia os movimentos sociais e mantém "diálogo permanente com as diversas organizações da sociedade civil". O texto diz, ainda, que o governo acolhe "demandas que são fruto de discussões e pactução coletiva".
Com informações de Kelly Almeida e Diego Abreu.