Adriana Bernardes
postado em 23/06/2014 06:00
A paixão pelo futebol, as cores do uniforme e a alegria do povo aproximam as torcidas de Camarões e do Brasil. Independentemente do placar da partida entre africanos e brasileiros hoje, para eles, será o jogo de despedida da Copa do Mundo. Do estádio ou pela tevê, o jogo pode até não ter o mesmo brilho, mas a eliminação não apaga o sentimento de patriotismo dos africanos. Boa parte da torcida chegou ontem com os Leões Indomáveis. Com apitos, roupas coloridas e música típica, um grupo com cerca de 60 pessoas fez vigília na porta do hotel onde está hospedada a Seleção do país.
Entre os torcedores, a distância entre o Brasil imaginado e o real é enorme. ;Achava que era um país pequeno e emergente, mas descobri uma nação desenvolvida, um país industrial e lindo, do ponto de vista cultural. O Brasil, sozinho, devia ser um continente;, afirma o camaronês Ekani Martin, 52 anos, comandante de aduana e consultor esportivo da Federação Camaronesa de Futebol. Ekani também é ex-jogador de futebol. Defendeu os escudos de times como Canom e Diamant.
Além das boas impressões do Brasil, Ekani Martin levará na bagagem camisas da Seleção Brasileira e de clubes, brincos de ouro e apliques de cabelo. ;Os cabelos brasileiros são muito valorizados pela mulher camaronesa;, justifica, rindo Ekani. Ele não foi o único intimado pelas camaronesas a levar apliques de cabelo. Na tarde de sábado, um grupo deixou o hotel na Asa Norte rumo ao Núcleo Bandeirante com a lista de encomendas. O professor universitário Alain Mbe, acompanhado da mulher Nathalie Mbe, disse que todo homem de Camarões que vem para o Brasil tem a obrigação de voltar com apliques para as mulheres da família.
Em meio a opções curtas, compridas, lisas, cacheadas, tingidas, descoloridas e naturais, Nathalie explica o motivo da fascinação pelos fios brasileiros. ;Os cabelos indianos, por exemplo, vêm misturado com fios sintéticos e, quando tingimos, a cor não fica uniforme. No cabelo das brasileiras, é mais difícil encontrar fios sintéticos e, como são cacheados, se misturam melhor com o das mulheres africanas;, explica.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.