Flávia Duarte
postado em 24/06/2014 06:00
A torcida camaronesa presente ontem nos arredores do Estádio Nacional Mané Garrincha era rarefeita ante a maioria brasileira, que tingiu de verde e amarelo o centro da capital federal. A má campanha da seleção africana na Copa do Mundo não tirou o bom humor dos turistas. Otimistas, alguns acreditavam, momentos antes de os times entrarem em campo, na vitória da equipe de Samuel Eto;o sobre o Brasil. ;Nós vamos ganhar essa partida;, disse Pamela Kisob, funcionária da Embaixada de Camarões. O segurança Tonda Patrice, que vive em Paris há 18 anos, estava ainda mais confiante. ;Vamos derrotar o Brasil, tenho certeza;, opinou o visitante, que já esteve no Rio de Janeiro, mas se disse apaixonado por Brasília.
Pela primeira vez no Brasil, Erick Mouliem e Louis Philippe estavam encantados com o país. ;Pousamos na capital no sábado, demos uma volta e gostamos muito da cidade. Estávamos em São Paulo, um ótimo lugar também;, exaltou Erick. Para Louis Philippe, o resultado de 2 x 2 contra a Alemanha, antes da Copa do Mundo, deu esperanças ao povo camaronês de que a seleção pudesse fazer um bom Mundial. ;Aquele jogo contra a Croácia foi muito ruim para nós;, lamentou o turista, referindo-se à goleada sofrida contra a equipe treinada por Niko Kovac. Ambos apostavam em um empate contra o selecionado de Felipão antes da partida.
Portas fechadas
Na Embaixada de Camarões na QI 15 do Lago Sul, portas fechadas. Notícias só quem dava era o porteiro, que, já no início do primeiro tempo, tinha se cansado de atender a campainha. Durante todo o dia, havia aparecido gente pedindo ingressos para assistir ao jogo. Mas ele também queria um. Não conseguiu. Restou apenas ficar sozinho naquele casarão. Na hora da disputa entre Brasil e o país africano, não sobrou ninguém além dele no local. Todos estavam no estádio. Mesmo com o país fora da Copa, os camaroneses que vivem na capital fizeram questão de torcer e ver de perto a seleção.
A oportunidade de assistir ao jogo pessoalmente também fez minguar a festa organizada pela camaronesa Antoinette Muogo, no salão cedido pela Administração Regional do Núcleo Bandeirante para reunir as torcidas africanas durante o Mundial. As mesas cobertas com forros das cores da bandeira estavam vazias. Entre os presentes, menos de uma dezena de conterrâneos. Os outros estavam no Mané Garrincha, explicou a cabeleireira. Mas nem por isso ela perdeu a empolgação. Esperava que eles voltassem depois da partida. Tinha feito pratos típicos para recebê-los, como uma sopa de amendoim e outros elaborados com folhas de boldo.
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