postado em 08/07/2014 07:01
A enorme colônia alemã no Brasil produziu gerações de corações divididos, fiéis à origem germânica e apaixonados pelo país que os acolheu. Alguns se dizem sortudos por poderem apoiar as seleções das duas nações. Pela segunda vez em Copas do Mundo, Brasil e Alemanha se enfrentam hoje, em Belo Horizonte, onde ocorre uma das semifinais do torneio. A primeira ocasião foi na final de 2002, na Ásia, partida vencida pelo Brasil, que se sagrou campeão pela quinta vez. Em Brasília, ao que tudo indica, não haverá tristeza em caso de derrota para qualquer um dos lados.
O embaixador aposentado Karl Neumann chegou ao Brasil em setembro de 1964. ;Em maio, eu acompanhei o presidente Heinrich Lübke durante uma visita oficial a algumas cidades brasileiras, logo após o golpe militar;, conta. Meses depois, o diplomata receberia o primeiro convite para servir o governo alemão no exterior. O local definido seria o Canadá, mas a morte de um colega do consulado em Belo Horizonte obrigou Karl a se mudar para a capital mineira, onde conheceu a futura mulher, Eneida, com quem teve dois filhos, Karl Alexander e Eliana. ;Em 1971, chegamos a Brasília. A embaixada alemã foi a primeira a entrar em pleno funcionamento. Antes, ela ficava em uma agência na W3 Sul;, orgulha-se Karl, que, após servir em Curitiba e em São Paulo, regressou a Brasília, onde vive até hoje com a família.
De coração dividido, o diplomata condenou a entrada desleal do lateral colombiano Zúñiga em Neymar, que acabou tirando o craque brasileiro da Copa do Mundo e não recebeu nenhuma punição por parte da Fifa. ;Sou a favor de uma suspensão. Estava claro que aquilo foi uma joelhada com o objetivo de tirá-lo do jogo;, opinou. Entretanto, quando a bola rola, é o lado germânico de Karl que pesa mais, apesar de torcer para ambos os lados. ;O time do Brasil tem tudo para ganhar, mas espero uma vitória por 2 x 1 dos alemães;, disse. ;Lamento a ausência do Neymar. Entretanto, o jogo é coletivo. Para mim, a presença dele é mais psicológica;, acrescentou.
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