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Lojistas do Distrito Federal amargam a ressaca da derrota do Brasil

Produtos nas cores do Brasil começam a encalhar no comércio varejista. Empresários esperam o jogo de sábado para definir o destino das mercadorias. A frustração é aliviada pelos turistas, que compram lembranças para a viagem de volta

postado em 10/07/2014 09:13
O vendedor Rafael Alexandre prevê queda no movimento, mas aposta no jogo de sábado para limpar o estoque das mercadorias verdes e amarelas

A energia antes escancarada nos carros, no rosto dos brasileiros e nas lojas de todo o Distrito Federal acordou tímida com a derrota da Seleção Canarinho para a Alemanha na última terça-feira. A humilhação em campo da equipe brasileira, ao ser eliminada por 7 x 1 na semifinal do Mundial, deixou a torcida e os caixas do comércio de ressaca. Nas lojas da Rodoviária do Plano Piloto e nos shopping centers da cidade, os artigos verdes e amarelos ainda persistem escondidos entre os produtos habituais de cada estabelecimento. As ruas ocupadas por ambulantes com bandeiras e camisetas amanheceram vazias e silenciosas.


A vontade do comerciante Rubem França, 35 anos, na manhã de ontem, era retirar da loja todos os artigos que ajudaram os brasileiros a torcer pela Seleção Brasileira, como bandeiras, perucas, cornetas, lenços, entre outros. ;Acordei de luto. Dependendo do resultado do jogo de sábado (entre Brasil e Holanda), na segunda não vai ter mais nada aqui;, disse. O comerciante explica que, por precaução, o prejuízo não foi alto. Como não notou muito ânimo entre os brasilienses, investiu menos que nos Mundiais anteriores. Ele garante que o retorno alcançou 70%, mas, mesmo assim, restam itens encalhados. ;O que não sair, vou guardar para a próxima Copa, mas nem sei se consigo aproveitar. Em 2010, tinha mais estoque e as pessoas compraram muitos mais. Estavam confiantes;, comentou. Entres os itens mais vendidos na loja de Rubem na Rodoviária do Plano Piloto estão as perucas verdes e amarelas no estilo do cabelo do jogador David Luiz e as bandeiras.

Em outro estabelecimento, a vendedora, que preferiu não se identificar, relatou que o estoque está cheio. Mas, caso não tenha saída, vai devolver tudo aos fornecedores. Na manhã de ontem, os funcionários da loja retiraram as bandeiras, as perucas e as cornetas. Ficaram apenas alguns Fulecos e canecas da Seleção. ;Sem dúvida, o movimento diminuiu, e sábado acredito que não será diferente;, afirmou.

A disputa pelo terceiro lugar no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é o último lance a gol dos comerciantes. ;O movimento cairá bastante, mas acredito que, com o jogo no próximo sábado, vamos acabar com o estoque remanescente;, disse o vendedor Rafael Alexandre Martins dos Santos, 27 anos. No varejo, a primeira fase do mundial garantiu um faturamento razoável em muitos estabelecimentos. Rafael compara o período da competição ao Natal, época de maior lucro do setor. ;O faturamento dobrou, e os produtos do Brasil eram o carro-chefe;, relatou. Ao todo, os proprietários do quiosque solicitaram três carregamentos até a fase do mata-mata da Copa. O último chegou poucos dias antes da partida da última terça-feira entre Brasil e Alemanha. ;Com certeza, se o Brasil chegasse até a final, teríamos acabado com todo o estoque.;

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