Cidades

Em número reduzido, os fãs da Holanda incentivaram o time em Brasília

Torcida adversária marcou presença no jogo em que a Seleção Brasileira se despediu de forma melancólica da Copa do Mundo

Ailim Cabral
postado em 13/07/2014 08:02
As holandesas Anouk, Renée e Alice estão na capital há seis meses: intercâmbio proveitoso
A disputa pelo terceiro lugar não tirou a animação das estudantes holandesas Renée de Win, Alice Koobnan e Anouk Baake. Moradoras de Brasília há seis meses, onde fazem estágio na Embaixada dos Países Baixos, elas compareceram ontem ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha como se a disputa entre Brasil e Holanda fosse pelo título mundial. A confiança das jovens, que apostavam em placares robustos contra o time de Felipão, se confirmou com a vitória de 3 x 0 dos laranjas. Renée, 24 anos, pintou as bandeiras dos dois países no rosto, deixando transparecer o apreço por Brasília, que, segundo ela, a recebeu muito bem. ;Não vou achar ruim se o Brasil ganhar;, garantiu.


As estudantes faziam parte do grupo minguado de torcedores da Laranja Mecânica que foi ontem à arena. Elas só compraram os ingressos na última sexta. ;Foi muito fácil. Os brasileiros desistiram de ir ao jogo;, comentou Alice, 24 anos. O trio deve retornar para a Holanda em agosto e lamentou a proximidade do fim do intercâmbio . ;Eu me encantei pela alegria das pessoas. Aqui, acabam de te conhecer e te convidam para ir em casa;, ressaltou Anouk, 23. ;Queria ficar em Brasília para sempre;, arrematou Renée.

A família chefiada pelo consultor holandês Andre Algera, 51 anos, também foi ao estádio vestida de laranja. Apesar de morar no Brasil há 20 anos e ser casado com a brasileira Gorete Costa, 50, Algera não conseguiu deixar de apoiar a seleção do país de origem. A posição foi compartilhada pelos filhos, os estudantes brasileiros Julia Mynke, 17, e Johannes, 15. ;Estive na Holanda recentemente e assisti a todos os jogos desta Copa lá;, contou a adolescente, que, assim como o irmão, tem dupla nacionalidade. Os quatro também conseguiram os bilhetes na última hora. ;Estamos muito animados de poder ver o jogo ao vivo;, disse o pai, em bom português.

A moçambicana Melita Zan-Hoorn, 37 anos, casou-se com um funcionário da Embaixada dos Países Baixos e viveu por cinco anos na Holanda. Foi no país europeu que nasceu o filho do casal, Gabriel, hoje com 10 anos. Ontem, mãe e filho torceram contra a Seleção Canarinho. ;Fosse qualquer outro adversário, torceríamos para o Brasil;, revelou Melita. Mãe e filho estavam tristes com o fato de o time não ter chegado à final do Mundial e se disseram em choque com a goleada da Alemanha nas semifinais.

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