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Brasília ganha primeira estação de 'GPS russo' fora do gigante euroasiático

O Glonass, como é conhecido o sistema global de navegação por satélite da Rússia, faz monitoramento terrestre por meio de 24 satélites espalhados pela órbita


Um acordo internacional de cooperação entre a Rússia e o Brasil deu novo passo nesta segunda-feira (14/07). A Universidade de Brasília (UnB) inaugurou a estação óptica a laser Sazhen-TM-BIS. A tecnologia russa foi fornecida pela Roscosmos, agência espacial da Rússia, e é a primeira integrante do sistema Global Navigation Satellite System (Glonass) fora do gigante euroasiático. O Glonass funciona tal qual a tecnologia de GPS, fazendo monitoramento terrestre por meio de 24 satélites espalhados pela órbita do planeta.

Este é o segundo laboratório russo instalado no câmpus da UnB. De acordo com o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB Geovany Borges, um dos coordenadores do projeto, o equipamento calibra os satélites, o que aumenta a precisão dos dados. ;Os dados serão processados no Brasil e então enviados à Rússia. Isso nos dá a possibilidade de abrir pesquisas novas em campos como astronomia, corpos celestes e também a exploração do espaço;, afirmou.

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) esteve no lançamento. Ele explicou que a instalação beneficia tanto a Rússia, que passa a receber dados captados fora de seu território, aumentando a precisão de sua tecnologia de mapeamento terrestre, quanto o Brasil. ;É fundamental para o desenvolvimento de pesquisas e a melhoria no ensino no país. O estudo espacial é multidisciplinar, beneficia diversas áreas. É um grande instrumento para as universidades brasileiras;, avaliou.

No mesmo dia da abertura, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT), e o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, assinaram outro acordo de cooperação que prevê a instalação do mesmo equipamento na Universidade Federal de Santa Maria e no Instituto Federal de Pernambuco, sediado no Recife.

O vice-presidente da Roscosmos, Sergei Saveliev, reiterou que a participação de cidades brasileiras é fundamental para o avanço da tecnologia russa. ;A estação fará com que recebamos de forma rápida dados de geolocalização. Assim, a utilização das informações será mais eficaz;, observou. Já o reitor da UnB, Ivan Camargo, elogiou a colaboração entre os países. ;Esse é um passo importante para firmar mais parcerias na área de ciência e tecnologia;, disse.

Além de servir aos russos, os dados de medição da estação são utilizados %u200Bpelo Serviço Internacional de Medições a Laser (do inglês, International Laser Ranging Service) para estabelecer e dar suporte ao Sistema de Referência Terrestre Internacional.