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Parque da Cidade oferece local exclusivo para donos soltarem os cães

A área cercada tem 1,5 mil metros para os pets se socializarem. Em abril, os deputados distritais aprovaram um projeto de lei que restringia a circulação de cães nos parques públicos do DF

Ailim Cabral
postado em 16/07/2014 12:55
Os cachorros conquistaram um espaço especial no Parque da Cidade. Aberto há uma semana, o parcão canino foi cercado pela administração da área de lazer para a alegria dos donos de pets, que podem libertar os animais de coleiras e focinheiras e promover a socialização. A área cercada tem 1,5 mil metros quadrados, fica próximo ao Estacionamento 6 e conta com uma cerca reaproveitada do Parque Ana Lídia. Até o fim da semana, devem ser acrescentadas lixeiras, mesas e cadeiras para os proprietários dos bichos; um bebedouro canino; e duas placas, uma sinalizando o local, e a outra, as regras de convivência.

Bruna e Alexandre se divertiram com o golden-retriever Valentim na nova área para cães no Parque da Cidade
A diretora do Parque da Cidade, Juliana Neto, explica que deu continuidade ao projeto, pois era uma necessidade dos frequentadores do lugar, que precisavam de um espaço exclusivo. Segundo ela, a procura é tão grande que há vários frequentadores mesmo sem a conclusão da obra. ;Ainda não conseguimos nem ter um evento de inauguração, queremos fazer algo bacana quando a estrutura mínima estiver pronta. Mas já temos um grande público;, conta.

Dono de dois golden-retrievers, um dos idealizadores da iniciativa, Bruno Tempesta, 39 anos, conta que, há dois anos, busca, com o governo, colocar a ideia em prática. O servidor público começou a planejar o parcão canino depois de ir a diversos encontros de raça, em que proprietários e animais se reúnem por lazer. Após pesquisar e ver que diversas cidades do Brasil e do exterior estavam bem mais avançadas do que o DF, começou o projeto com um amigo, o publicitário Rafael Pontual. ;É uma tendência mundial e muito simples. Inicialmente, é só pegar uma área pública e cercar;, completa Bruno.



O servidor público conta que o projeto só foi levado a sério após as polêmicas levantadas em abril deste ano, com um projeto de lei que pretendia limitar a circulação de cães em espaços públicos . ;Depois disso tudo, o nosso projeto veio à tona como uma demanda muito forte da sociedade. Fizemos uma ;cãominhada;, e o Paulo (Dubois, ex-diretor do Parque da Cidade) se comprometeu a ceder o espaço;, detalha.

Bruna Borges, 26 anos, e o namorado, Alexandre Verlage, 22, aproveitaram a manhã de ontem para passear com o golden-retriever Valentim. Os empresários conheceram o local no fim de semana e ficaram satisfeitos com o resultado, prometendo voltar diversas vezes com os cinco cães da família. ;No fim de semana, ficou muito cheio. Aqui em Brasília, tem muita área verde, mas nenhuma fechada, onde eles possam correr em segurança. Achei muito legal, a gente precisava desse espaço;, diz Bruna. ;Ele (o animal) se deu superbem aqui, é socializado, então, adorou ver outros cachorros no domingo. Esse parcão é importante para quem não tem opções;, completa a empresária.

Responsabilidade

A diretora-geral da ProAnima (sociedade de proteção aos animais), Simone Lima, apoia o projeto. ;Esse espaço, onde eles podem ficar sem guia e ao mesmo tempo em segurança, é extremamente importante. Um animal que se exercita é mais feliz, tranquilo e equilibrado;, explica. Segundo ela, outro ganho é a possibilidade de socialização dos pets. ;Grande parte dos acidentes de mordedura, por exemplo, são derivados de estresse nos animais. É uma ótima iniciativa. Em Brasília, não falta espaço, somos a favor de um parcão em cada quadra.;

Após as melhorias iniciais e a abertura do local, novas estruturas estão previstas. Bruno Tempesta conta que ele e Rafael têm uma série de brinquedos e obstáculos em mente para o local. Também preparam um livro para apresentar as ideias deles. ;O espaço agrega qualidade de vida, não só para os cães, mas para os donos. Enquanto o animal se socializa, o proprietário tem a mesma oportunidade;, afirma.

Um cercado menor, apelidado de parcãozinho;, é pensado para cães de menor porte. Nenhum tipo de raça é excluída no espaço, e a responsabilidade fica para os proprietários. Bruno afirma que, se depender dele e dos frequentadores, mais parcões caninos serão inaugurados no Distrito Federal. ;No domingo, em duas horas, pude observar o trânsito de mais de 200 animais. Aqui, eles podem correr livremente, brincar e gastar energia. É um local onde o cachorro pode ser cachorro, simples assim;, conclui.

Mobilização na internet

Em 15 de abril, os deputados distritais aprovaram um projeto de lei que restringia a circulação de cães nos parques públicos do Distrito Federal. Logo após a decisão, a comunidade se manifestou contrariamente. Por meio das redes sociais, foram organizados protestos e abaixo-assinados com o objetivo de pressionar o governador Agnelo Queiroz (PT) a vetar o projeto. As principais mudanças previam que a circulação dos pets ficasse restrita a áreas cercadas e isoladas, além do uso obrigatório de focinheiras, independentemente da raça ou do tamanho. Além disso, os responsáveis pelos animais deveriam ser maiores de 18 anos. O governador foi questionado sobre o assunto no aniversário de Brasília e prometeu vetar o projeto de lei. ;É preciso se preocupar com a segurança das pessoas que frequentam os parques, com o uso de guias e de focinheiras, mas não dá para restringir o convívio dos animais, que é muito salutar para a sociedade;, afirmou.

Regras


; Não levar cadela no cio, em hipótese alguma
; Todo e qualquer ato do cão é de responsabilidade do proprietário do animal
; O cachorro não pode ficar sozinho no local, deve estar acompanhado dos responsáveis
; Não realizar brincadeiras que estimulem a disputa territorial
; Não alimentar o cão na presença de outros
; Recolher os dejetos do animal
; Em caso de conflito, intervir imediatamente e afastar os cães

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