postado em 18/07/2014 06:04
Em tempos em que a internet domina parte da rotina da humanidade, no ambiente de trabalho ou nos momentos de lazer, há quem prefira dedicar o tempo a hábitos mais palpáveis, como o de colecionar relíquias. Sejam elas moedas, selos, vinis, quadrinhos, ou objetos mais exóticos, como action figures (bonecos de ação). Em Brasília, é possível encontrar adeptos de todos os segmentos, de diferentes idades. Há ainda lojas especializadas nessas raridades, localizadas, principalmente, no Setor de Diversões Sul, o Conic. Os estabelecimentos funcionam como ponto de encontro dos aficionados, onde eles conversam sobre a paixão, além de trocar e comprar itens incomuns.
De colecionador de quadrinhos e bonecos a sócio de uma loja do ramo. O que antes era um passatempo para o empresário Gabriel Gonçalves, 34 anos, acabou se transformando no ganha-pão. Dono de uma coleção de aproximadament1 1 mil gibis e 300 miniaturas, ele conta que o amor pelos objetos surgiu na infância, a partir dos próprios brinquedos. ;Quando novo, cheguei a colecionar tampas de pasta de dente. Tinha de todas as marcas, de todos os tipos. A partir daí, as coleções evoluíram. Os itens mais raros e com maior valor sentimental para mim são os Comandos em ação originais;, revela. Segundo ele, uma das peças mais difíceis de conseguir foi um fuzil da série. ;Ele vinha com um tripé minúsculo. Acho que todas as crianças que tinham esse negócio acabavam perdendo. Por isso, a pecinha é tão cara. Arrematei por R$ 100 em um site, após ficar acordado por horas durante a madrugada.;
Segundo Gabriel, o maior objetivo de um colecionador é completar a coleção. ;É o ápice. Só assim nos sentimos satisfeitos. Mas, para ser um colecionador, você precisa gostar muito daquilo;, justifica. Para conseguir algumas relíquias, o empresário chegou a viajar a vários estados brasileiros. Com tantos objetos, Gabriel precisou criar espaços na casa onde mora, em São Sebastião, para armazená-los. ;Tenho várias estantes exclusivas para os quadrinhos. Eles estão armazenados em plásticos e também catalogados. Tem coisas na sala e até no banheiro;, detalha.
Casado e pai de dois filhos, Gabriel diz ter o apoio da família. Para o caçula, Gael Anakin, de 10 meses, começou uma coleção de carrinhos, com 40 exemplares inspirados em filmes e desenhos. ;Meus amigos me perguntam se ele vai poder tirar os carrinhos das embalagens para brincar ou se eles vão permanecer lacrados, mas essa é uma pergunta que eu ainda não sei responder;, brincou. ;Claro que vou tentar passar para ele essa paixão, mas o caminho será decidido por ele.;
O assistente administrativo Valmir Andrade, 38 anos, segue a mesma linha que Gabriel. Há 22 anos, ele coleciona gibis e já alcançou a marca 1,2 mil unidades. O primeiro ele ganhou quando tinha 12 anos, mas só três anos depois realmente começou a reunir os exemplares. ;Eu e o meu irmão sempre gostamos de desenho. Particularmente, eu alimentava o desejo de descobrir mais sobre o mundo dos personagens. Sempre quis me aprofundar nas histórias, e foi assim que tudo começou. Tenho muitas edições de heróis. O que mais gosto é o Batman;, pontua. Entre os itens mais raros da coleção de Valmir, estão exemplares do de X-Men e da Superaventuras Marvel.
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