Isa Stacciarini
postado em 23/07/2014 06:04
A mudança no sistema socioeducativo no Distrito Federal ainda tenta resolver os antigos problemas das unidades de internação. O total de internos supera a capacidade dos alojamentos, e a quantidade de servidores continua defasada. Embora em menor escala, as falhas da Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), ex-Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), demolida em março deste ano, repetem-se nos novos centros de reeducação de jovens infratores ; há cinco em funcionamento. Com isso, facilitam a elaboração de planos de fuga por parte dos adolescentes.
O incidente da última sexta-feira, quando oito adolescentes escaparam da Unidade de Internação de Santa Maria (Uism), não foi um fato isolado de tentativa de fuga. Na semana passada, agentes de reintegração social encontraram na Unidade de Internação de Planaltina (UIP) um mapa do local e uma lista com nove opções para se livrar dos alojamentos. Os planos ainda detalhavam as metragens dos espaços. Na Unidade de Internação do Recanto das Emas (Unire), um interno também arquitetou fugir do lugar há um mês. Em junho, servidores localizaram uma carta dele com um pedido de resgate.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Socioeducativo (Sindsse), Cristiano Torres, denuncia a insegurança em todas as unidades de internação do DF. ;No quesito segurança, a estrutura é falha. Nos módulos, não há entrada de ar e ventilação. Nos quartos dos adolescentes, não existe saída de emergência. Faltam hidrantes, e carros, como viaturas, não acessam o interior dos centros. Eles foram criados sem planejamento adequado;, critica. Segundo Cristiano, isso reforça a fragilidade. ;Os menores sabem como o sistema é fraco e dizem como se entra e sai das unidades. No Caje, havia superlotação, mas o problema se repete. Quase todas estão com a capacidade máxima acima do permitido;, relata.
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