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Cidades

Perfil dos candidatos no DF: Homem, servidor, casado e de meia-idade

Segundo levantamento preliminar do Tribunal Superior Eleitoral, este é o perfil médio dos candidatos aos cargos políticos em disputa no Distrito Federal. As mulheres chegam a apenas um terço daqueles que correm atrás dos votos brasilienses

Entre os 1.171 candidatos a todos os cargos nas eleições 2014 no Distrito Federal, o perfil médio mostra que o concorrente é servidor público (28,09%), homem (70,03%), casado (56,02%), tem instrução superior completa (55,85%) e está na meia-idade (37,32% se encontram entre 40 e 49 anos). Entre os partidos, os que mais apresentaram nomes à concorrência este ano foram PSDB (66), PRTB (61), PHS (55), PMDB, PPS, PR e PSol (os últimos com 54 cada um). Os números fazem parte do primeiro detalhamento das candidaturas, divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ; confira os números na arte ao lado. As informações são relativas aos postulantes aos cargos de governador, vice-governador, senador (com os respectivos 1; e 2; suplentes), deputados federais e distritais.

Uma das curiosidades é que o último cargo é o mais concorrido em todo o país (leia mais na coluna Eixo Capital, na página 18). Não é para menos: mais do que o interesse em um bem coletivo maior, aqueles que buscam uma das 24 cadeiras são atraídos por benefícios, como o subsídio mensal de R$ 20.042,00, além de verba indenizatória de igual valor e outras benesses ; custos para gabinete de mais de R$ 175 mil e auxílio-alimentação de R$ 1.034. O segundo cargo com mais candidatos é deputado federal, com 131 concorrentes ; apenas o subsídio mensal é de R$ 26,7 mil, sem contar outros ganhos, como veículo de representação e cota de atividade parlamentar.



Conhecida como uma cidade com forte presença do funcionalismo público, a tendência era mesmo que a maior proporção de candidatos viesse do meio. Somando os que tiram licença remunerada para participar do pleito (servidor público estadual, servidor público federal, policial e bombeiro militar, policial civil e membro das Forças Armadas, além de ocupantes de cargos em comissão), a quantidade se aproxima de 30%, de longe a mais numerosa. A maior proporção específica é de servidores públicos vinculados ao GDF (11,6%). Cabe observar que, na contagem, não estão incluídos os atuais ocupantes de cargos públicos (como governador, vice e parlamentares).

Além do sonho de conquistar algum cargo, os servidores recebem licença remunerada no período eleitoral. Além da motivação financeira, de três meses longe do trabalho normal, independentemente de ser eleito ou não, o cientista político Everaldo Moraes acredita que, por atuar pelo Estado, o servidor está envolvido diretamente com a política, o que acaba o atraindo para aquele ramo. ;Ele percebe melhor as mudanças políticas que vive o país. Ele se interessa, pois isso pode mexer até no salário dele;, argumenta.

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