postado em 31/07/2014 12:01
Um muro erguido em área irregular pelo dono de uma empresa de transporte escolar, localizado no Caub 2, foi derrubado na manhã desta quinta-feira (31/7). A ação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e da Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social ocorreu 13 dias após a reportagem do Correio denunciar que o dono da Expresso Vila Rica, Adelmar dos Santos Cordeiro, havia invadido uma área destinada à agricultura familiar, no Riacho Fundo 2. O terreno tem tamanho equivalente a seis campos de futebol e está avaliado em R$ 3 milhões.
Na área protegida pelo muro, havia uma garagem para abrigar 58 ônibus da empresa. A estrutura metálica também foi derrubada na ação iniciada às 8h30 e concluída às 11h40. Ao todo, 1,6 mil metros de muro foram derrubados. O escritório da empresa, que também funcionava no local foi demolido. A Polícia Militar acompanhou toda a operação.
Situado a poucos quilômetros do centro da cidade, o terreno passou a ser cobiçado por grileiros. O primeiro a invadir as chácaras 98 e 115 pertencentes à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) foi um agricultor identificado como João Pereira. Morador de uma chácara nas proximidades, decidiu cercar parte do terreno. Mesmo sem autorização, ele se apresentava como dono das glebas e começou, discretamente, a anunciar a área pública.
No início de 2014, em um acordo informal, João Pereira vendeu as chácaras por R$ 400 mil ao dono da Vila Rica, Adelmar dos Santos Cordeiro. O empresário presta serviços ao Governo do Distrito Federal (GDF) e, nos últimos quatro anos, recebeu R$ 12 milhões da Secretaria de Educação para fazer o transporte de estudantes da rede pública, como consta no Sistema Integrado de Gestão Governamental (SIGGO) do DF. A primeira medida adotada por Adelmar foi levantar o muro. Dessa forma, as terras onde deveriam ser cultivadas plantações de verduras, frutas e hortaliças ganharam uma imponente cobertura para proteger os veículos do sol e da chuva.