Jornal Correio Braziliense

Cidades

Somente 10% dos candidatos a cargos políticos do DF são negros

Entre os 1.182 postulantes a cargos públicos, 119 se intitulam negros. Para o cargo máximo no DF, não há candidato negro

Em um país onde os negros ainda são minoria nas universidades e nos cargos públicos, o meio político não poderia ser diferente. De acordo com as estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somente 10,07% (119) dos postulantes aos cargos de governador, vice-governador, senador e deputados federais e distritais se intitulam negros. A quantidade é pequena diante do número total de candidatos (1.182) e revela a dificuldade da parcela da população em se estabelecer como um representante da raça nas assembleias legislativas.

Para o cargo máximo do Distrito Federal (DF), não há candidato negro. São seis registros, todos de pessoas brancas. Apenas um dos vice-governadores se declarou negro ; Renato Santana, pelo PSD. Ele é secretário-geral da sigla no DF. Não raro, durante caminhadas de campanha, é chamado de Barack Obama. Com aparência semelhante ao único presidente negro da história dos Estados Unidos, Santana compõe a chapa de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Para ele, a baixa participação de negros a cargos eletivos da se dá por um problema histórico no Brasil. ;É resultado da nossa história de escravidão, de uma sociedade em que o negro tem menos espaço que o branco. Só o tempo vai minimizar essas taxas;, observa. Ele percebe a existência do preconceito racial no meio político, mas acredita que a discussão vai além disso. ;Não temos de ficar na discussão se você é negro, pardo, branco ou amarelo. Temos que debater o que é necessário ser feito a fim de vivermos num mundo mais igual;, diz.

Senado
Entre os oito senadores registrados, só um é negro. O número cresce um pouco mais entre os deputados federais: ao todo 11 candidaturas, ou seja, 8,40% dos registros para o cargo. Um deles é Josué Barbosa Campos (PSol). O candidato passou por três partidos e não conseguiu apoio para levar o sonho de ser deputado adiante. Segundo ele, por ser negro e de classe baixa, nunca foi fácil ser aceito. ;A dificuldade começa dentro do próprio partido. Tem prioridade quem tem dinheiro. Depois, se não tivesse dinheiro, tinha de ser branco. Por último, pensavam no negro. A política é só mais um setor onde o negro é discriminado. Para conseguir, tem que ser persistente;, afirma o candidato, defendendo a sigla em que está agora.

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