Isa Stacciarini
postado em 02/08/2014 08:02
Embora a modalidade tenha perdido força entre a clientela, os adeptos das câmeras analógicas resistem às tecnologias. O designer gráfico e fotógrafo Thiago Vieira, 21 anos, ganhou a primeira máquina convencional do pai, que era fotógrafo, aos 8. Assim como o pai, falecido em 2007, o avô também tinha a mesma profissão. O baiano, morador do Distrito Federal há quatro anos, seguiu as raízes da família. Apesar de ter uma câmera digital, ele não dispensa a tradição das antigas."Hoje, fotografar com máquina analógica sai caro, por isso, uso mais como hobby. Gosto do processo da fotografia, e os retratos revelados remetem à ideia do início. Sem contar que ter uma foto impressa é sinônimo de emoção e nostalgia", conta.
Para ele, as máquinas digitais, apesar de necessárias, contribuem para a banalização da fotografia, uma vez que não é necessário aprimorar os conhecimentos em razão das facilidades das ferramentas. "As fotos on-line acabam sendo mais fáceis de serem feitas e se tornam repetidas. As analógicas resgatam o processo de toda uma história e cultura da fotografia. Ver os retratos na mão também ajuda a relembrar o passado e momentos prazerosos", defende.
O gestor de marketing de uma loja especializada, Anderson Lima, explica que o laboratório de fotografia analógica do estabelecimento não revela tanto quanto antes. Segundo ele, a procura pelo serviço representa 2% a 3% dos clientes. "Quem ainda mantém a tradição são idosos ou estudantes que precisam fazer algum trabalho para a universidade. Hoje, as facilidades das máquinas digitais são enormes e isso tem distanciado cada vez mais o uso dos antigos métodos", afirma.