Ailim Cabral
postado em 18/08/2014 08:29
A tendência de verticalização, apesar de surgir como uma solução para os especialistas, não parece o ideal para alguns moradores. Santiago de Lucena, 23 anos, acha que o crescimento imobiliário só beneficia os empresários do ramo. ;Moro em Ceilândia desde que nasci e esse espaço onde estão construindo prédios novos poderia ser para nossa qualidade de vida. Área de lazer e academias fazem falta por aqui;, reclama o eletrotécnico, que acha que a cidade ficará cheia demais.
A operadora de caixa Ana Luísa, 19 anos, mora em Ceilândia há pouco mais de um ano. Ela acredita que o aumento no número de prédios será prejudicial à cidade, ainda predominantemente horizontal. ;Vai ter mais desmatamento para essas construções, muito mais poluição. Não acho o ideal e preferia que continuássemos somente com casas;, afirma. Diferentemente de Santiago e Ana Luísa, que vivem em casas, Luciana dos Santos Silva, 22 anos, se mudou recentemente para um apartamento em Ceilândia. A balconista diz que não sabe como isso irá afetar a cidade, mas está gostando do apartamento onde vive há um mês. ;É muito mais barato. Pago menos por quatro cômodos do que pagava por três em uma casa. Além de ser mais em conta, temos muito mais privacidade;, completa.
[SAIBAMAIS]Para receber um grande fluxo de pessoas, é necessário que outras questões, além da moradia, sejam adaptadas. A infraestrutura de saúde, educação e segurança precisa ser considerada, a fim de evitar prejuízos à qualidade de vida. De acordo com a Administração de Ceilândia, os trabalhos de manutenção e o atendimento às demandas estão funcionando e grandes modificações ainda não são necessárias. O órgão informou, em nota, que, com o crescimento populacional, e a necessidade, haverá intensificação e expansão nos serviços.
A administração destaca ainda que melhorias no trânsito estão sendo realizadas por meio de duplicação de vias, instalação de semáforos e a construção de ciclovias. A Administração de Samambaia esclarece que o reforço ainda não é necessário, uma vez que o planejamento da cidade previa 330 mil habitantes, número que ainda não foi atingido. O órgão expressa preocupação quanto ao crescimento demográfico, mas garante que a cidade possui infraestrutura que permite o adensamento populacional.