Durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), ontem, no Senado Federal, a servidora pública Luciana Bezerra, 39 anos, mostrou um vídeo de uma das convulsões do filho, Vitor, 21. ;Olhem, não desviem o olhar. Vocês assistiram 15 segundos de algo que durou 38 segundos;, comentou, ao final da exibição. Ao cinco meses de idade, o rapaz foi diagnosticado com Síndrome de Dandy Walker e má formação de Chiary.
Desde então, sofre com crises epilépticas de difícil controle e, há 16 dias, a mãe ministra o Canabidiol (CBD), uma das substâncias derivadas da maconha. Apesar de usar uma subdosagem, já que não sabe a quantidade ideal, avalia que houve uma redução de 50% nas crises. ;Precisamos de urgência. Há 21 anos, meu filho tem convulsões e os danos são irreversíveis. Ele já tem alteração hepática. Tudo que ganha na fisioterapia, ele perde. Andamos dois passos e voltamos três;, descreveu a mãe.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) prepara, a partir de hoje, dois relatórios sobre a liberação do uso da maconha. Ele decidiu dividir a análise entre o uso medicinal da erva e o uso recreativo. Para o relator da CDH, a questão da saúde é uma urgência e, com isso, Cristovam indica um parecer favorável. Apesar de ainda persistirem divergências quanto ao uso recreativo da erva, a percepção da necessidade para fins medicinais foi consensual. A decisão foi comemorada pelas famílias que lutam pela liberação do CBD.
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