Jornal Correio Braziliense

Cidades

Após suspeita de agressão, pai deve pedir guarda de criança de cinco anos

Com a ajuda de uma vizinha, a babá fotografou as marcas da violência e denunciou o caso ao Conselho Tutelar. O menino está agora com o pai

A ferida aberta e as marcas roxas e vermelhas nas pernas e no bumbum denunciam os castigos físicos impostos a um menino de 5 anos em Águas Claras. O padrasto, com a conivência da mãe do garoto, é acusado de agredi-lo. A babá denunciou o caso. Incentivada pelo namorado, ela fotografou os machucados e pediu ajuda a uma vizinha, funcionária da Justiça do DF. As duas mostraram as imagens ao Conselho Tutelar na última segunda-feira.

No mesmo dia, os conselheiros estiveram no apartamento da família e conversaram com o menino. Ouviram dele que as agressões eram resultado das surras do padrasto. Os servidores, então, tentaram levá-lo ao Instituto de Medicina Legal (IML), mas foram impedidos pela mãe. A mulher se comprometeu a comparecer na terça-feira à sede do conselho para prestar esclarecimentos, o que não aconteceu. Diante disso, os conselheiros localizaram o pai biológico e o orientaram a pedir a guarda.



Culpa

O pai conheceu a ex-mulher em 2006. O casamento durou até 2012, apesar de nunca terem dividido o mesmo teto. Ele informou que o padrasto do garoto, engenheiro civil, era chefe dela e não soube dizer quando os dois começaram a ter um relacionamento amoroso.

No fim da noite de ontem, ele levou o menino ao IML para fazer exame de corpo de delito. Procurada pelo Correio, a babá não quis dar entrevista. À TV Brasília, a conselheira tutelar Wiara Mesquita revelou que a vítima confirmou as agressões sofridas. Além disso, o menino acrescentou que elas partiam do padrasto. A mãe dele, no entanto, assumiu a culpa pelas pancadas.

A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Valéria Martirena, explicou que o casal responderá em liberdade. Nos próximos dias, todos os envolvidos serão chamados para prestar esclarecimentos. Se as agressões ficarem comprovadas, os acusados podem ser indiciados por tortura ou lesão corporal grave.

Denuncie

; Quem presenciar ou suspeitar que uma criança é vítima de maus-tratos pode fazer a denúncia na Secretaria da Criança pelos telefones 3234-8555 e 3234-2876.

; O serviço funciona 24 horas.

; Não é preciso se identificar.

; Outra opção é ligar no Disque 100, do governo federal.