postado em 03/09/2014 06:11
O embate direto entre dois ex-aliados marcou ontem o debate entre os cinco principais candidatos ao Palácio do Buriti, promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília. O governador Agnelo Queiroz (PT) e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), que subiram no mesmo palanque em 2010, trocaram acusações ao longo de todo o encontro. Ambos disputam o segundo lugar nas pesquisas, lideradas pelo ex-governador José Roberto Arruda (PR), e também tentam tirar proveito de uma possível saída do adversário do pleito ; ele aguarda julgamento de recurso sobre o indeferimento do registro de sua candidatura pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A troca de farpas alcançou temas como ética no serviço público e deficit nas contas do governo, tendo sobrado até uma insinuação sobre o acidente aéreo que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB) no mês passado. Outro assunto que gerou dois direitos de resposta, atendidos pela assessoria jurídica do debate, e elevou o tom da discussão entre os dois concorrentes, foi o método de entrada do senador Rodrigo Rollemberg no serviço público. Segundo o petista, teria sido por meio de influência política. O candidato do PSB se defendeu dizendo que chegou ao Senado na época em que ainda não havia exigência de concurso público.
[SAIBAMAIS]O governador tratou o caso como corrupção e falta de ética. ;Não teria coragem se tivesse entrado no serviço público pela porta dos fundos, pela janela. Isso é apagão ético porque está tirando espaço de alguém que batalhou para estar lá;, afirmou o petista, lembrando que ele próprio prestou concurso antes de ingressar no funcionalismo público. O senador tentou rebater: ;Sou servidor desde 1980, quando não havia obrigatoriedade do concurso;.
A questão do deficit público também foi debatida diretamente entre os dois concorrentes. Rollemberg acusou o atual governador de ter inchado os gastos e a estrutura do governo. Destacou que o petista pegou dinheiro em caixa deixado pelo último governo (cerca de R$ 200 milhões) e fez a dívida crescer a ponto de poder ficar, ao fim deste ano, acima de R$ 1,2 bilhão. ;Esse é um governo incompetente, inoperante. Os gastos aumentaram muito, sem ter dado resposta àquilo que a população esperava;, atacou o candidato do PSB. ;O meu governo foi realizador;, reagiu o governador, que caracterizou o mandato do senador como ;sofrível, uma decepção, sem ter apresentado resultados para a população brasiliense.;
Acidente
Outro ponto que colocou Agnelo e Rollemberg em atrito foi a história de um jatinho que o Governo do Distrito Federal (GDF) pretendia contratar para servir o Executivo local, cuja licitação acabou sendo cancelada após vir a público, em 2012. O governador aproveitou o tempo de outra resposta para mandar um aviso para o candidato do PSB. ;Sobre jatinho, Rodrigo, é o seu partido que tem de responder;, alfinetou Agnelo, em uma alusão à aeronave envolvida no acidente que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB). Mesmo com oportunidade para falar a respeito do assunto em respostas posteriores, Rollemberg preferiu ignorar o assunto.