Ana Maria Campos
postado em 08/09/2014 06:52
Começa nesta semana a campanha para a sucessão da procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Amorim Carvalhido. Depois de quatro anos à frente do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ela conclui em outubro seu segundo mandato. Sem possibilidade de nova recondução, a procuradora será substituída por um dos seis colegas que se candidataram para as eleições internas na última sexta-feira. Estão no páreo o procurador Diaulas Costa Ribeiro e os promotores de Justiça Antônio Marcos Dezan, Carlos Alberto Cantarutti, Leonardo Roscoe Bessa, Maurício Miranda e Ricardo Antônio de Souza.A eleição para a lista tríplice ocorrerá em 30 de setembro, quando os 331 promotores e 39 procuradores vão escolher os preferidos. Em seguida, os nomes serão encaminhados para a presidente Dilma Rousseff, que fará a nomeação do próximo chefe do MPDFT. Em discussão, o procurador-geral que vai fiscalizar a administração do governador a ser eleito em outubro. O cargo tem como atribuição representar o Ministério Público nas sessões do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF, com o poder de denunciar deputados distritais e secretários de Estado.
Diaulas Ribeiro é o único já promovido a procurador. Ele ficou conhecido principalmente pelo trabalho à frente da Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida. Já concorreu em outras eleições, integrou a lista tríplice e exerceu mandato como membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Entre os promotores, há duas novidades na disputa: Leonardo Roscoe Bessa, que atua na área de defesa do consumidor, e Antônio Marcos Dezan, atual presidente da Associação do Ministério Público do DF.
Combate ao crime
Na carreira desde 1992, Bessa tem vários artigos publicados e é considerado um especialista em direito do consumidor. Dezan teve atuação destacada, com colegas, no ano passado, na campanha contra a PEC 37, que restringia o poder de investigação do Ministério Público. Maurício Miranda está na carreira há 23 anos e se consagrou pelo trabalho no Tribunal do Júri de Brasília, por onde passaram casos de grande repercussão, como o julgamento dos jovens que mataram o índio Galdino Jesus dos Santos. Há 11 anos no Ministério Público, o promotor Ricardo Antônio de Souza foi o responsável pelas investigações e por ações relacionadas a fundações de apoio da Universidade de Brasília (UnB).
Ex-presidente da Associação do Ministério Público, Carlos Cantarutti foi o primeiro colocado da lista eleita pela classe em 2010, quando Eunice Carvalhido foi nomeada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na eleição seguinte, em 2012, ele não participou, mas volta agora com grande chance de entrar novamente na lista. Cantarutti foi presidente da Associação do MP e chefe de gabinete do hoje ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti, no mandato como procurador-geral de Justiça do DF, entre 2004 e 2006.
Um dos temas que devem ser destaque na campanha interna é a ampliação ou manutenção dos trabalhos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável pelas ações relacionadas à Operação Caixa de Pandora.