Cidades

Arruda tem dia decisivo, hoje, na luta para permanecer na disputa pelo GDF

Para seguir na campanha, ele procura saída em dois tribunais: o STJ e o TSE. O ex-governador é líder nas pesquisas de opinião

Helena Mader
postado em 09/09/2014 06:03
Plenário do TSE rejeitou, por 6 x 1, a candidatura do ex-governador
A corrida eleitoral do Distrito Federal terá hoje um dia decisivo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar, à tarde, o recurso do ex-governador José Roberto Arruda (PR) que pode levar à suspensão da condenação por improbidade administrativa. Se vencer na Corte, o candidato do PR deve ficar liberado para continuar na disputa. À noite, o Tribunal Superior Eleitoral vai analisar os embargos apresentados pela defesa. Os advogados do ex-governador tentam reverter a decisão do TSE que impugnou a candidatura do ex-governador. José Roberto Arruda é líder da corrida eleitoral, de acordo com as pesquisas de opinião e o posicionamento dos ministros dos STJ e do TSE pode afetar todo o cenário da disputa pelo Palácio do Buriti.

Para tentar continuar na corrida eleitoral, o ex-governador atua em duas frentes jurídicas. A maior expectativa é quanto ao resultado do julgamento na 1; Turma do STJ, marcado para a tarde de hoje. Com o recurso especial n; 1462669, a defesa de Arruda tenta anular uma condenação por improbidade administrativa com o argumento de que o juiz responsável pelo processo na primeira instância, Álvaro Ciarlini, seria suspeito para julgar ações relativas à Caixa de Pandora. Os advogados do ex-governador acreditam que, se derrubarem essa ação, poderão reverter a cassação do registro da candidatura do representante do PR.

Na última quinta-feira, o STJ derrubou um agravo regimental apresentado pelo Ministério Público que questionava a distribuição de um processo de Arruda para relatoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho. O magistrado relatou um processo de outro réu em uma ação de improbidade por envolvimento na Pandora. Nesse caso caso, o acusado pediu a suspeição de Ciarlini e obteve êxito, já que a 1; Turma acatou os argumentos da defesa ; com voto favorável do ministro Napoleão. O STJ manteve o ministro na relatoria do recurso de Arruda.

Suspeição

Em dezembro do ano passado, Arruda e a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN) foram condenados em primeira instância por improbidade administrativa, com decisão de Álvaro Ciarlini. O Ministério Público alegou que a parlamentar teria recebido dinheiro de Durval Barbosa a mando de José Roberto Arruda. Seis meses depois, em junho deste ano, o TJ marcou o julgamento em segunda instância na 2; Turma Cível. Os advogados recorreram ao STJ e conseguiram suspender a apreciação do caso até que houvesse uma decisão definitiva sobre a alegada suspeição do juiz Álvaro Ciarlini. O caso foi para o STF e o então presidente da Corte, Joaquim Barbosa, derrubou a liminar e determinou a realização do julgamento. Em 9 de julho, a 2; Turma Cível manteve a condenação do candidato do PR. A esperança agora é derrubar essa decisão.

A outra frente de atuação da defesa de José Roberto Arruda é na Justiça Eleitoral. No mês passado, por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral manteve a impugnação da candidatura do ex-governador ; decidida anteriormente pelo Tribunal Regional Eleitoral. Os advogados entraram com embargos contra o posicionamento da Corte, e o recurso está na pauta da sessão de hoje à noite.

O advogado da coligação de Arruda, José Eduardo Alckmin, diz que acredita na reversão da decisão do TSE. ;Nós pedimos efeitos modificativos por entendermos que a decisão do TSE alterou a jurisprudência. E invocamos uma decisão do STF, com repercussão geral e efeitos vinculantes, que estabeleceu que não pode haver mudança de jurisprudência durante o curso de um processo eleitoral, como foi o caso;, explica Alckmin. ;Se o TSE entender que não houve omissão nessa decisão, iremos ao Supremo;, acrescenta o advogado.

Colegiado
Cinco ministros participam do colegiado no Superior Tribunal de Justiça: Ari Pargendler, Napoleão Nunes Maia Filho ; relator do processo ;, Benedito Gonçalves, Sérgio Kukina e Regina Helena Costa. Única mulher da turma, a ministra Regina passou a integrar o colegiado há menos de duas semanas.

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