Cidades

Servidores técnicos do IML fazem paralisação por 12h nesta terça-feira

Eles alegam que governo não liberou plano de reestruturação de carreira

Luiz Calcagno
postado em 09/09/2014 06:46

Eles alegam que governo não liberou plano de reestruturação de carreira

Técnicos o Instituto de Medicina Legal do Distrito Federal (IML) cruzaram os braços por 12 horas hoje. O motivo é o plano de restruturação da carreira da categoria, que está parado na Secretaria de Estado de Administração de Administração Pública do GDF. De acordo com a Associação dos Técnicos de Necropsia do instituto (Asten), alguns funcionários ocupam o mesmo cargo há 18 anos, sem nenhuma progressão na carreira, o que seria ;desestimulante;. Profissionais estenderam uma faixa em frente ao Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil, ameaçando entrar em greve. Além do ato em frente ao DPE, um grupo de funcionários tentou se reunir, na tarde de ontem, com um representante do governo, mas o encontro acabou cancelado. Eles tentarão uma nova reunião hoje.

O movimento resultou no atraso da perícia e da liberação de pelo menos 18 corpos. O presidente da Asten, José Romildo Soares explicou que a categoria espera pelo plano de carreira desde agosto de 2013, quando os técnicos em anatomia, radiologia, laboratório e enfermagem entraram em greve pela última vez. No período, grevistas aceitaram a proposta de reajuste salarial do GDF em troca de um plano de restruturação de carreira. "Isso tem mais de um ano, e até hoje, o processo está parado na Secretaria de Administração. Nós procuramos o órgão para saber do processo e eles nos informaram que não tem previsão para a publicação no Diário Oficial", relatou Romildo.

Além de atrasar a liberação e as necropsias, funcionários não farão mais a verificação de mortos em residência, atividade que caberia à Secretaria de Saúde do DF. De acordo com Romildo, o movimento é uma advertência para colocar o acordo com o governo "nos trilhos". "O pior é eles informarem que não tem previsão para isso. Nós não podemos simplesmente esperar pela boa vontade alheia. Se não tivermos uma resposta positiva, o nosso movimento vai evoluir para algo mais drástico", alertou.

Técnico em anatomia, Helder de Lima Macedo, 42 anos, se queixa de não conseguir evoluir na carreira. "Nós não somos reconhecidos como categoria. Para mim, falta interesse (do governo) para resolver a questão. Ocupar, por 18 anos, a mesma função causa um desgaste muito grande para o trabalhador. É um problema que afeta toda a categoria. Nós abrimos mão de um reajuste melhor em nome do plano de restruturação proposto pelo GDF e isso não aconteceu", lamentou.



O motivo do não andamento do processo do plano de carreira dos técnicos em necropsia do IML provocou um jogo de empurra dentro do GDF. A reportagem procurou a Secretaria de Administração para questionar o problema, mas o órgão informou, por e-mail, que a Divisão de Comunicação da Polícia Civil comentaria o problema. Na corporação, porém, a informação é que somente a secretaria responderia sobre o fato. Também por meio da assessoria de imprensa, a empresa Campo da Esperança informou que, apesar da paralisação dos técnicos, não houve cancelamento de sepultamentos até o fim da tarde.

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