Cidades

DF é a unidade da Federação com maior número de academias

Número é de um estabelecimento para cada 4,7 mil brasilienses

Flávia Maia
postado em 14/09/2014 08:01
Em busca de saúde e qualidade de vida, o brasiliense inseriu a academia no dia a dia e no orçamento doméstico. Prova disso é que, mesmo em tempos de arrocho econômico e inflação em alta, como ocorreu em 2014, o serviço não está mais entre os primeiros a serem cortados da lista de prioridades familiares. O empresário Daniel Vasconcelos, 23 anos, por exemplo, malha praticamente todos os dias. A agropecuarista Luisa Moura, 39 anos, faz ginástica quatro vezes por semana. ;Três para o coração e uma para o corpo ficar em forma;, brinca. Segundo ela, pela saúde, o serviço tornou-se um dos prioritários nas despesas familiares e ela nem cogita cortá-lo.

O apego do brasiliense ao bem-estar, somado à alta renda per capita e a estabilidade trazida pelos servidores públicos, coloca o Distrito Federal, proporcionalmente, como a unidade da Federação com a maior quantidade de academias por pessoa. Segundo dados do Sebrae, existe um estabelecimento para cada grupo de 4,7 mil usuários. O número é quase o dobro da média nacional ; uma academia para cada grupo de 9,3 mil habitantes. Estados da Região Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, concentram mais unidades, porém, é na capital do país que a oferta é maior. ;A academia não é mais um serviço supérfluo. Antes, era só estética. Hoje, ela traz o conceito de saúde;, afirma Ricardo Abreu, vice-presidente e diretor jurídico da Associação Brasileira de Academias (Acad).

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Um estudo elaborado pelo Sebrae-DF mostra que, nos últimos sete anos, o crescimento do número de academias de ginástica na capital foi de 238%, enquanto no Brasil, o incremento ficou em 188%. São 602 estabelecimentos e 10,6 mil profissionais trabalhando no ramo. Os serviços oferecidos vão desde as chamadas express ; aquelas com preços mais acessíveis e tratamento mais coletivo ; até as academias shopping centers, com serviços personalizados e vários tipos de lojas relacionadas, como a de suplementos alimentares e de vestuário específico. Em Brasília, os preços variam de R$ 69,90 a R$ 500. ;A alta renda no DF permite que segmentos considerados dispensáveis para outros estados tenham espaço. Por isso, a academia virou um grande puxador de negócios no setor de beleza e bem-estar;, explica o superintendente do Sebrae-DF, Antônio Valdir Oliveira.

Brasília foi a primeira cidade que expandimos o nosso negócio quando saímos do Rio de Janeiro. Tínhamos receio de que a cidade se esvaziasse em período de férias e tivéssemos prejuízos. Mas a experiência nos mostrou que Brasília é uma cidade consolidada. Tanto que temos três academias na cidade e projetos para serem inaugurados até o fim de 2015 ; um na Asa Norte, outro na Asa Sul e em Águas Claras também;, afirma Luiz Urquiza, sócio e diretor presidente do grupo Body Tech.

Com tanta oferta, o mercado de academias no Brasil e no Distrito Federal passou por uma mudança radical nos últimos anos. A principal delas foi a profissionalização crescente para se manter em um mercado cada dia mais exigente e dinâmico. Raimundo Nonato Lopes, 54 anos, é proprietário da academia Dom Bosco, na Asa Sul. Ele está no ramo há 15 anos e conta que viu toda a transformação do segmento. ;No começo, o empresário colocava uns poucos equipamentos e já tinha uma academia formada. Eu mesmo comecei com algumas esteiras e bicicletas. Hoje, o mercado e o cliente te exigem uma constante atualização tecnológica e de pessoal. De fixo em uma academia, só as paredes. Você precisa estar agregando valor o tempo todo;, analisa.


O impacto desse mercado em constante mudança também chega aos profissionais, que precisam estar sempre atualizados. O professor Leandro Kazumi, 23 anos, conta que, para se manter antenado às tendências do mundo fitness, faz de quatro a cinco cursos por ano. ;Você sempre tem que se atualizar para não ficar para trás. E cada dia mais o aluno está informado e quer as novidades;, explica.


O professor Leandro Kazumi, de 23 anos, diz que, para ficar atualizado na área, precisa fazer até cinco cursos por ano: "O aluno quer as novidades"

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