postado em 14/09/2014 08:00
Mais de uma ocorrência de racismo ou injúria racial registrada por dia em uma delegacia do Distrito Federal. Trinta e uma pessoas denunciadas pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) por esses crimes neste ano. Doze mil queixas recebidas pelo Disque Racismo em 11 meses. E 13 casos confirmados de racismo por mês. Essa é a realidade na capital do país em relação ao preconceito racial. Desde a semana passada, o Correio publica dados e relatos de vítimas. Apesar dos altos índices, nas ruas, os brasilienses demonstram intolerância e rejeição a qualquer ato de discriminação e apoiam a valorização das diferenças.
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A cuidadora de idosos Geiza Silva Santos, 32 anos, nunca passou por constrangimento por ser negra. Mas se solidariza com todos que convivem com a intolerância e o desrespeito. ;Sou contra qualquer tipo de racismo. Ninguém pode dizer que o outro é melhor ou pior pela cor da pele;, afirma. Ao contrário dela, a aposentada Gismair Ana de Castro, 57, passa, com frequência, por situações pelas quais não deveria ser submetida. ;A gente entra em uma loja de departamento, por exemplo, e os vendedores já vão falando o valor do produto. Estamos sempre passando por preconceito e só quem é negro sabe o que é isso;, desabafa.
Com o estudante de arquitetura Muhammad Bazila, 24 anos, as cenas de preconceito se repetem desde pequeno. A primeira vez em que precisou encarar o preconceito aconteceu aos 7 anos. ;Eu e um amigo, também negro, fomos a uma lanchonete tomar sorvete de casquinha. Quando entramos, fomos barrados pelo segurança. Ele disse que não poderia pedir dinheiro naquele local;, lembra.
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