Rodolfo Costa
postado em 15/09/2014 06:35
A alta da inflação tem levado muitos consumidores a usarem o cartão de crédito como extensão da corroída renda pela escalada dos preços. Contudo, é importante o brasiliense ficar atento aos custos para a tomada do crédito e usar o dinheiro de plástico de forma consciente. A taxa de juros aplicada nas operações do dinheiro de plástico saltou de 10,70% ao mês (238,67% ao ano) em julho deste ano para 10,78% ao mês (241,61% ao ano) em agosto, atingindo o patamar mais elevado desde março de 2000, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Para evitar o acúmulo de dívidas, o primeiro passo é adequar o valor da fatura ao orçamento, pagando-o sempre integralmente.
Apesar de o consumidor ter a informação do percentual de juros e de outras tarifas do cartão de crédito na fatura, apenas 33% da população sabem quais são as taxas cobradas pelas operadoras, de acordo com um estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Na avaliação da coordenadora institucional da Proteste-Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, esse desconhecimento tem sérias implicações na vida financeira das famílias. ;Saber o custo do crédito auxilia a ter mais controle sobre os gastos;, avalia. Pesquisa feita pela entidade aponta que os juros no crédito rotativo, a depender do banco, podem chegar até a 700% ao ano. A tarifa da função saque, para quem retira dinheiro em espécie em caixas eletrônicos, vai até 628%.
Por essa razão, se não for bem utilizado, o cartão de crédito pode ser um vilão para o bolso do consumidor. Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta esse meio de pagamento como uma das principais despesas para 75,8% das famílias brasileiras que se declaram endividadas. Entretanto, desde que moderado, o uso pode se tornar uma boa ferramenta de consumo. ;É preciso separar o que de fato é necessidade do que é só um desejo. Muitas pessoas utilizam o cartão para aproveitar uma promoção. Quando colocadas as contas na ponta do lápis, ao avaliar o custo final com os juros, não há desconto algum. O consumidor acredita que vai economizar, mas, na verdade, está perdendo dinheiro;, diz Teresinha Rocha, da DSOP Educação Financeira.
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