Em continuidade à , policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) cumpriram, na tarde desta quarta-feira (24/9), mandado de busca e apreensão e condução coercitiva em Uberlândia (MG), na casa da irmã de uma das dirigentes do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), suspeitas de desviarem R$ 100 milhões do sistema. A parente de Jardel Martins Soares disse em depoimento que a irmã depositava altas quantias em sua conta e depois o valor era repassado ao esposo de Jardel.
Os agentes da Deco estiveram em Minas Gerais para realizar buscas e ouvir a irmã de Jardel. A mulher mora na periferia de Uberlândia. Aos policiais, ela contou que Jardel ganhou uma alta quantia de Maria Pantoja e pediu para depositar na conta dela.
De acordo com a polícia, a irmã de Jardel recebeu R$ 300 mil e ficou com o dinheiro por 30 dias. Pagou pequenas dívidas, separou R$ 5 mil e depois transferiu o restante para a conta do esposo de Jardel, dono de empresas beneficiadas no esquema de desvios de dinheiro. A irmã da investigada garantiu aos agentes que nunca prestou qualquer tipo de serviço para o Sest ou para o Senat. Depois de ser ouvida, ela foi liberada.
Quatro das suspeitas dos desvios no sistema Sest/Senat, Maria Pantoja, Anamary Socha, Jardel Martins Soares, Ilmara Amaral Chaves, foram presas durante a São Cristóvão. A prisão temporária venceu na terça-feira (23/9) e elas foram liberadas. Andressa Fontenelle não estava em casa durante a ação e se apresentou na segunda-feira (22/9). É a única que permanece presa.
A ação é resultado de investigações Deco, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) - e da Controladoria-Geral da União (CGU). Na sexta-feira (19/9), uma megaoperação desarticulou o grande esquema de desvios de recursos doSest e do Senat, liderado pelas mulheres, segundo a polícia.
De acordo com a investigação, entre 2011 e 2012, cerca de R$ 20 milhões foram desfalcados. Mas o valor, segundo a polícia, pode chegar a R$ 100 milhões, nos último sete anos. Na ação, os policiais apreenderam 16 veículos de luxo, joias, obras de arte e mais de R$ 2 milhões.
De acordo com as apurações, as mulheres tinham apoio de outras pessoas ligadas ao sistema. Na operação, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, cinco de prisões temporárias e 24 de conduções coercitivas em endereços nobres do DF, na sede do Sest/Senat, e em Minas Gerais.