Cidades

Brasilienses seguem retidos em Paris depois de fim de greve da Air France

Apesar de paralisação dos pilitos ter sido encerrada no último domingo, transtornos continuam

Ailim Cabral
postado em 29/09/2014 19:20

Encerrada no último domingo (28/9), a greve dos pilotos da companhia aérea Air France continua trazendo transtornos, principalmente para alguns brasilienses, que continuam sem conseguir deixar a França.

A empresária, Soraya Lacerda, 34 anos, viajou para Paris acompanhada do marido e de mais seis pessoas, entre amigos e parentes. O grupo chegou a França em 18 de setembro e planejava passar nove dias no país, com o voo de volta marcado para o dia 26 do mesmo mês. Com o início da greve e o cancelamento de diversos voos, Soraya e seus familiares precisaram adiar a volta ao Brasil, que, para a empresária, ainda não ocorreu.

Ela explica que sua mãe, primos e tia optaram por decolar na segunda-feira, em voos que iriam para o Rio de Janeiro e de lá viajariam para Brasília. "Eu me recuso ir pingando de lugar em lugar sendo que comprei um voo direto", afirmou Soraya. O voo para Brasília, no qual ela deveria embarcar ontem, foi cancelado e de acordo com a empresária, a companhia não ofereceu explicações aos passageiros.

[SAIBAMAIS]

A assessoria da Air France no Brasil explicou que os voos diretos para o Rio de Janeiro e São Paulo foram normalizados nesta segunda-feira (29/9), mas que as partidas para Brasília só voltariam na quarta-feira (1;/10), data na qual Soraya planeja voltar para casa. Os motivos pelo atraso da normalização em Brasília não foram esclarecidos. A assessoria informa que entre o Brasil e Paris acontecem 30 voos semanais, são dois por dia em São Paulo e Rio de Janeiro e voos por semana em Brasília.

A empresária estima que, até agora, nos dias excendentes que passou em Paris, tirando os gastos prévios e programados da viagem, ela e o marido chegaram a gastar 960 euros apenas com hospedagem e mais 750 euros com a alimentação. Soraya afirma que a soma de gastos do grupo chega a 2.840 euros com hospedagem e 2.760 de alimentação. "Estamos calculando que ao todo, gastamos R$ 21 mil, somando de todos nós. E isso tudo só com o básico, hospedagem e alimentação. Eu e meu marido vamos gastar mais de R$ 5 mil com esse atraso", lamenta.

Os brasilienses devem voltar ao Brasil apenas na quarta-feira

Promessa

De acordo com a passageira, a companhia aérea informa que vai ressarcir os clientes. "Na loja eles dizem que o valor da diária que vão pagar é de 100 euros, no Twitter, dizem que é de 150. Eles afirmam também que vão pagar refeições de até 25 euros, mas não informam quantas refeições por dia", explica. Soraya afirma que chegar ao Brasil, ela e a família, entrarão com ações contra a Air France. Desde o início da greve até ontem, foram registradas 45 reclamações no Juizado Especial do Aeroporto de Brasília.

Por meio de comunicado, a Air France, esclarece que está retomando a programação regular de voos de forma gradual. O planejamento para ontem, era de que 60% dos voos regulares estivessem acontecendo, hoje, a companhia prevê que estará operando 100% dos voos de média distância e 90% dos voos de longa distância. A companhia informou que o período para que os serviços sejam normalizados é de 48 horas, "devido a restrições operacionais e regulatórias. Como os aviões não voaram por alguns dias, testes obrigatórios são necessários antes que as operações sejam retomadas. Além disso, as aeronaves e tripulações devem ser reposicionadas em todos os destinos da Air France ao redor do mundo, e também deve ser concedido o período de descanso legal à tripulação antes da realização dos voos de retorno".

Na nota, a Air France acrescenta ainda que alterações de última hora e interrupções podem acontecer e orienta os passageiros a consultar informações sobre os voos antes de dirigirem ao aeroporto. A companhia não se manifestou quanto aos ressarcimentos.

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