Cidades

Ônibus da empresa São José são incendiados em garagem, no Recanto das Emas

Funcionários reivindicam pagamento integral de horas extras e entram no terceiro dia consecutivo de paralisação

Jacqueline Saraiva
postado em 08/10/2014 06:38
Os dois ônibus estavam ao lado de buraco na parede que dá acesso a matagal

Dois ônibus da empresa São José foram incendiados no começo da manhã desta quarta-feira (8/10). A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados por volta das 5h45 para controlar as chamas na garagem da empresa, que fica na Quadra 115 do Recanto das Emas. Ainda não se sabe quem provocou o incêndio.

Várias viaturas dos bombeiros e três da PM foram ao local, após serem acionados por rodoviários. Por volta das 6h30, o fogo já havia sido controlado. A perícia começou por volta das 9h30. Há suspeitas de que as chamas foram criminosas. Os coletivos incendiados estavam ao lado de um buraco feito na parede para escoar água de chuva. Para não haver invasões, há uma grade ali. Na madrugada desta quarta, porém, havia sido deslocada.

Braços cruzados

Pelo terceiro dia consecutivo, ao menos 1,6 mil funcionários da São José estão com as atividades paralisadas. Eles reivindicam o pagamento integral das horas extras. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Distrito Federal, somente uma parte do benefício vem sendo repassada à categoria.


Nessa terça-feira (7/10), a companhia entrou com o dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região e a audiência de conciliação está marcada para esta quinta-feira (9/10), às 14h30. A Viação São José opera a Bacia 5, que abrange Ceilândia, Taguatinga Norte, Brazlândia e parte de Vicente Pires. Existe a possibilidade de a greve se estender para outras empresas e aumentar o número de passageiros afetados.

Transtornos

A população que depende do transporte público enfrentou ontem um dia de transtornos. A rotina de cerca de 100 mil usuários foi alterada depois que 460 ônibus permaneceram nas garagens. O Setor O, em Ceilândia, foi a região mais atingida pela greve, já que a empresa é a única que circula lá.

A Viação São José entrou com o dissídio coletivo e com pedido de liminar por considerar a paralisação abusiva. A solicitação, no entanto, não foi acolhida pelo presidente do TRT da 10; Região, o desembargador André Damasceno. Em nota, o magistrado considerou que não havia indícios para embasar a concessão da decisão. Segundo Damasceno, ;a empresa não juntou aos autos prova de que a paralisação tenha alcançado todos os empregados, tampouco está claro o motivo do movimento;.

Com informações de Maryna Lacerda, Roberta Pinheiro e Thiago Soares

Assista à reportagem da TV Brasília

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