Cidades

Atividade econômica no DF cresce 1,3% no segundo semestre

Índice ficou acima da variação do PIB nacional

Flávia Maia
postado em 09/10/2014 17:44
Os salários dos funcionários públicos que moram no DF ajudaram a economia do Distrito Federal a se descolar da crise que atinge o Brasil. Hoje, 54,7% da estrutura produtiva do DF vem da administração. No primeiro semestre, a capital do país fechou o Índice de Desenvolvimento Econômico (Idecon) com alta de 2,2%, enquanto a média nacional ficou em 0,5%. O responsável por manter a porcentagem de crescimento foi a remuneração de funcionários públicos federais e distritais. A convocação de novos servidores e os reajustes por categoria tiveram peso essencial, principalmente no segundo trimestre. Os dados são da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). A administração pública equilibrou a queda registrada em importantes segmentos da economia local, como construção civil, comércio e intermediação financeira %u2013 serviços contratados em bancos. A construção civil fechou em queda de 2,6%. Para Julio Miragaya, presidente da Codeplan, o setor está acompanhando o desaquecimento apresentado em todo o país. "No DF, ainda tem o agravante que em 2011 e 2012 o setor estava aquecido e as construtoras apostaram em muitos empreendimentos e eles foram entregues agora. Gerou, então, uma super oferta, com isso, as construtoras se retraíram para vender o excedente e recompor a base de ganho", explica. Outro setor que sofreu queda, principalmente no segundo semestre, foi o comércio. De maio a julho, a retração foi de 2%. No acumulado do semestre, o índice fechou 0,7%. Segundo a coodenadora da pesquisa, Sandra Regina Andrade Silva, o comércio deixou de vender principalmente bens duráveis, como carros e eletroeletrônicos. "As famílias brasilienses não compraram esses bens de maior valor agregado. Um reflexo disso foi a queda também nas transações financeiras, os brasilienses diminuíram a aquisição de crédito%u201D, analisa. A intermediação de crédito fechou o primeiro semestre em queda de 1%. A Copa do Mundo também foi responsável pelo freio no comércio. %u201CA diminuição de dias úteis durante o torneio prejudicou as vendas", comenta Miragaya. Em compensação, alguns setores menos expressivos apresentaram alta. A indústria de transformação fechou o semestre em alta de 5,8%, porém, ela representa apenas 1,7% da composição do Produto Interno Bruto (PIB) do DF. "A indústria local não sentiu o impacto da crise porque ela produz bens de consumo imediato, como alimentos industrializados", explica Sandra Regina. Os serviços de informação, como a telefonia, também apresentaram alta de 5,2%, isso é reflexo do adensamento de serviços de telefonia no DF. De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações, o DF é a única unidade da federação com mais de dois celulares por habitante. O destaque foi a agropecuária local que teve crescimento expressivo %u2013 alta de 19,4%. Porém, como o segmento representa apenas 0,3% da estrutura produtiva local, o peso na composição do Idecon é baixo. Além disso, o estudo não abrange todas as culturas, somente as de grãos como soja e milho.

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