Cidades

Empresa de ônibus volta a invadir terreno para construir garagem

Esta é a segunda invasão da Expresso Vila Rica em 2014, no Riacho Fundo 2. MP pede explicações à administração

postado em 10/10/2014 08:21
O dono da empresa Expresso Vila Rica voltou a desafiar o poder público ao invadir, pela segunda vez no ano, uma área pública no Riacho Fundo 2. Desta vez, a irregularidade contou com o aval da administradora regional da cidade, Aline Barroso. Ela assinou, no último dia 30, uma licença de funcionamento autorizando Aldemar dos Santos Cordeiro a cercar o terreno pertencente à Terracap e avaliado em R$ 3 milhões. Porém, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) encontrou indícios de irregularidades e recomendou a revogação do documento.

O titular da 6; Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema), César Augusto Nardelli, quer saber por que a administração autorizou o cercamento, mesmo ciente de que as terras são destinadas exclusivamente a atividades ligadas à agricultura familiar. ;Oficiamos a Terracap para que ela esclareça o domínio da área e saiba se alguém tem alguma concessão real de uso que permita a ocupação. Mas, seja qual for a resposta, aquela área não pode ser destinada à construção de garagem;, esclareceu promotor.
O dono da empresa voltou a cercar o terreno da Terracap. Desta vez, usou madeira e arame farpado
Cerca de dois meses depois de a Agência de Fiscalização (Agefis) e a Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops) derrubarem mais de 1,5 mil metros de muro, ele voltou a cercar o terreno público. Agora, em vez de concreto, Aldemar fechou as glebas com madeira e arame farpado, onde ficam guardados os mais de 60 ônibus de transporte escolar de sua propriedade. O empresário mantém contrato com a Secretaria de Educação e recebeu do GDF R$ 12 milhões nos últimos quatro anos.

A grilagem foi denunciada pelo Correio no fim de julho. Na ocasião, a reportagem mostrou que Aldemar havia erguido um extenso e alto muro e, por trás da estrutura, homens trabalhavam na construção de uma garagem. No início do ano, o espaço era apenas uma área de cerrado. O primeiro a invadir as terras foi um agricultor identificado como João Pereira. Morador de uma chácara nas proximidades, ele decidiu cercar parte do terreno. Mesmo sem autorização, apresentava-se como dono das terras.

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