Leonardo Meireles
postado em 12/10/2014 08:02
;Teve um dia em que tomei coragem e perguntei se ela era minha mãe. Ela perguntou: ;Você quer?;. Respondi: ;Sim;;, relembra a menina Isabela Leal, 13 anos. A pergunta surge naturalmente na vida de alguns meninos e meninas que, desde que se entendem por gente, perderam ou desconstruíram a noção do convívio familiar. Eles aprenderam a ver o mundo com os olhos da casa que se chama abrigo. Convivem diariamente com um sentimento conhecido como esperança. ;O sonho principal da criança é ser integrada a uma família, é o que mais deseja;, afirma o estudante Mateus Silva Guimarães, 19 anos.
Mateus e Isabela faziam parte o grupo de 400 crianças no DF e 30 mil no Brasil que, por algum motivo, estão acolhidas em instituições ou casas lares. Entre os relatos, nota-se a recorrência da palavra proteção. Não apenas a física, dentro de uma casa, mas a proteção do aconchego e da certeza de que, para cada um, existe uma família.
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A convivência familiar e o viver com o outro não são tarefas fáceis. ;Educar pessoas que tiveram, na maior parte da vida delas, outros valores é um processo de compreensão muito grande. Mesmo discordando, temos que entender. É um grande desafio, porém perfeitamente possível;, afirma o biólogo Edmar Cabral da Silva Junior, 38 anos, pai de dois filhos adotivos. Para mostrar que a adoção é um processo feito de alegrias e dores ; como a vida ;, a ONG Aconchego promove a exposição fotográfica Famílias Aconchegantes. Na última semana, os painéis com imagens e histórias dessas famílias ocuparam o hall do Correio Braziliense.
Em cada relato, organizado desde 2008, a ideia de pertencimento e, sobretudo, de amor incondicional, permeia os verbos e adjetivos. Entre semelhanças e diferenças, histórias de pessoas que se abriram para conhecer o outro e se apaixonaram ; à primeira vista ou ao longo dos anos. ;O objetivo é mostrar a cara da nova família brasileira. As pessoas precisam ver essas histórias, que são emocionantes sem serem piegas. Precisávamos dar voz para essas famílias;, aponta Fabiana Gadelha, vice-presidente da Aconchego e com três filhos: uma biológica e dois adotivos.
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