postado em 14/10/2014 07:14
Maria de Lourdes Barreto é uma idosa de bem com a vida. Aos 72 anos, tem uma rotina que inclui caminhadas diárias, cuidados com o jardim e comida para os netos aos fins de semana. Moradora do Lago Norte, ela só se entristece quando fala do transporte público da cidade. Usuária do sistema, a dona de casa coleciona experiências negativas durante as viagens de ônibus. Perdeu as contas de quantas vezes foi ignorada nas paradas e, em diversas situações, precisou da ajuda de outros passageiros para não cair após uma manobra abrupta. Recém-operada do pé, Maria de Lourdes, hoje, evita sair de casa por medo de agravar a lesão em função da falta de cuidados de alguns rodoviários.[SAIBAMAIS]Situações iguais às da aposentada se repetem diariamente no DF e afetam não apenas os idosos. Cadeirantes, deficientes visuais e mesmo aqueles que não têm limitação sofrem com a direção ofensiva de alguns motoristas. Levantamento do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) mostra que, de janeiro a 9 de setembro, foram registradas 606 reclamações contra rodoviários, uma média de 2,4 casos por dia. ;Numa certa ocasião, o motorista deu uma freada tão brusca que quase bati com o rosto. Pedi que fosse mais zeloso e, ironicamente, ele respondeu que eu deveria ficar mais esperta. Como defensora ferrenha do transporte público, dói saber que pessoas que lidam com o público se comportem assim;, desabafou Maria de Lourdes.
Outra queixa comum é dar o sinal de parada e ver o coletivo passar direto. Foram 100 denúncias em 2014. A secretária Sônia Maria Pimentel, 22, conta que o problema é recorrente. Moradora do Guará, a jovem tirou satisfação com um condutor, mas foi tratada com desdém. ;No outro dia, entrei no coletivo e disse (ao motorista) que cheguei atrasada ao trabalho por causa dele. Ele simplesmente riu e mandou eu reclamar para o governador. Eu me senti impotente e desrespeitada.;
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