Cidades

Professores explicam o prazer de dedicar a vida à sala de aula

Seis educadores brasilienses explicam o amor pela profissão e o prazer de dedicar a vida à sala de aula. Em comum, histórias de superação e de homenagem aos mestres

Adriana Bernardes
postado em 15/10/2014 06:45


;Se a educação, sozinha, não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.; Hoje, 15 de outubro, dia dedicado aos professores, a frase do educador Paulo Freire é, ao mesmo tempo, uma homenagem aos mestres e um convite à reflexão. Na reportagem, seis mestres de um total de 67,5 mil no Distrito Federal comentam sobre o ofício de ensinar, as dificuldades e as inspirações para seguir em frente na profissão, geralmente mal remunerada.

Os educadores Célio da Cunha, 71 anos, e Carlos Benedito Pereira da Rocha, 69, têm em comum a vasta experiência no ensino. O primeiro se aposentou, mas continua nas salas de aula. O segundo tem somente mais um ano antes da aposentadoria compulsória como professor do Estado. ;Ainda não sei o que vou fazer. Talvez trabalhar como voluntário com alunos com dificuldade de aprendizado;, planeja Carlos. A motivação para continuar? ;O gosto pela escola. Conheço muitos professores reclamando das condições de trabalho, das turmas grandes, da falta de estrutura das instituições. Mas vejo poucos com projetos para sair. A maioria ama o que faz;, acredita.

Inspirado na adolescência por um professor de filosofia, o mestre Célio, de pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Católica, encanta jovens e adultos por onde passa. Na biblioteca de casa, guarda cartas de ex-alunos. A homenagem mais recente foi há dois anos, no encerramento das aulas de uma turma de mestrado. ;Eles entregaram uma caixa bonita, toda enfeitada. Até pensei que fosse chocolate. Quando abri, encontrei cartas escritas de próprio punho. Você precisa ver que coisa linda. Cada uma com letra diferente, com um estilo;, conta.

Ao avaliar o que mudou na educação ao longo dos anos, Célio conta que o passar do tempo proporcionou uma lenta evolução em direção ao verdadeiro papel de um professor. ;É o (papel) de ajudar os seus alunos, não somente nos processos de aquisição organizada do conhecimento como também em relação à ética e à cidadania. Ética, cidadania e educação constituem um trinômio fundamental para a profissão docente;, defende.

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