postado em 18/10/2014 08:38
A demolição do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), em março, deveria ser o símbolo da mudança de mentalidade na gestão do sistema socioeducativo do Distrito Federal. O prédio erguido há 38 anos no fim da Asa Norte e com um histórico de pelo menos 30 mortes foi ao chão, mas não enterrou os problemas que comprometem a recuperação dos jovens infratores. Transferidos para cinco unidades modernas e bem-estruturadas, os ex-internos do Caje encontraram mais conforto, mas, sete meses depois, os avanços na área ficaram restritos à estrutura física.Com tímidos investimentos em modelos de prevenção e liberdade assistida, os casos de atos infracionais praticados por adolescentes continuam a crescer. A mais preocupante faceta dos números é o recorte dos atos infracionais: os de natureza mais grave apresentaram expressivo aumento. Ou seja: meninos e meninas matam, roubam e traficam cada vez mais na capital do país. Levantamento do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) aponta que a quantidade de processos instaurados relacionados a homicídios praticados por esse grupo aumentou 29%. Em 2012, eram 288 casos. No ano passado, saltou para 378. Muitos deles chocaram a cidade pela frieza dos autores.
Num dos casos mais recentes, em 9 de março, um garoto armou uma emboscada no Gama e matou a namorada, Yorrally Dias Ferreira, 14 anos. O acusado faria 18 anos no dia seguinte. A vítima, estudante do 6; ano do Colégio Militar do Novo, levou um tiro no rosto, próximo ao Parque Recreativo da cidade. À polícia, ele contou que suspeitava da amizade da companheira com membros de uma gangue rival. Outro dado assustador diz respeito ao latrocínio (roubo com morte), que apresentou incremento de 66% no período. A Promotoria de Infância e Juventude também instaurou mais procedimentos de tráfico de drogas em 2013. Foram 759 registros no ano passado, contra 529 em 2012, um salto de 43%.
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