Cidades

No DF, jovens negros têm mais chances de morrer do que os não-negros

Estudo da Codeplan analisou dados da última década

postado em 23/10/2014 16:27

Mais de 70% das mortes registradas por homicídio ou acidentes de trânsito, no Distrito Federal, na última década, são de jovens negros. É o que conclui o estudo Jovens negros e não-negros: mortalidade por causas externas, divulgado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), na tarde desta quinta-feira (23/10). O órgão analisou dados do Sistema Integrado de Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/Sus), de 2000 a 2012.

O estudo levou em consideração a população de 15 a 29 anos, no período.Se avaliado o fator raça e cor, o jovem negro tem 2,9 mais chances de morrer do que um jovem não-negro. O cenário é ainda mais dramático no Entorno. Em Águas Lindas (GO), a chance de um jovem negro morrer chega a ser 15,6 vezes maior do que um não-negro.
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No período avaliado, o índice de mortes da população com idades entre 15 e 29 anos passou de 11.288 para 15.991. Este aumento corresponde a 41,7% do total de mortes por causas externas totais. A melhor escolarização do jovem negro é o caminho para reverter o cenário evidenciado, de acordo com o diretor de pesquisa da Codeplan, Júlio Miragaya. "O jovem longe da escola e pouco qualificado deixa-o mais próximo às tentações da criminalidade", afirma.

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