postado em 29/10/2014 07:31
A Polícia Civil e o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) deflagram, na manhã desta quarta-feira (29/10), a Operação Tiradentes, que tem como alvo 22 policiais militares, incluindo o ex-comandante-geral Sebastião Davi Gouveia. Os praças e oficiais são suspeitos de desviar R$ 30 milhões em recursos da Caixa Beneficente (Cabe), entidade de interesse social com finalidade de administrar diversos benefícios dos cerca de 22 mil associados da tropa. São diversas irregularidades investigadas, a maioria por fraude na emissão de notas fiscais.
Os investigados não foram presos, mas serão obrigados a prestar depoimento, a chamada condução coercitiva. Além disso, agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumprem mandados de busca e apreensão em empresas que prestavam serviços para a Cabe.
Uma das denúncias consta que um ex-funcionário chefe de TI da Cabe Marcelo Medeiro teria se apropriado indevidamente de dois cheques que deveriam ser depositados na conta de uma prestadora de serviço. A empresa reclamou do calote, mas o alto escalão da Cabe, formado pelos coronéis Gilberto Carvalho e Alexandre Saud resistiram em demitir Marcelo. Descobriu-se, mais tarde, que o funcionário acabou mantido no cargo por ameaçar contar outras supostas ilegalidades nos contratos da instituição.
Outra suposta falcatrua descoberta é a compra de 199 pares de coturnos pelo valor de R$ 50 mil. Chamou a atenção dos investigadores da Deco e da Gaeco que, menos de um ano depois, o mesmo autor da compra vendeu 500 pares de coturnos por R$ 58 mil. Ou seja, na compra, a Cabe pagou R$ 378 em cada par e, na vendeu por R$ 116. Seria um indício de superfaturamento na primeira transação.
O segundo comandante da PM na gestão de Agnelo Queiroz, coronel Sebastião Davi Gouveia, é investigado por supostamente ter participado de um contrato fraudulento que simulou a contratação de uma empresa que faz assistência e manutenção de computadores. À época, Gouveia era gerente administrativo da Cabe e autorizou a emissão de sete notas no valor de R$ 12 mil. Os representantes da empresa alegam que nunca fizeram negócio com a Cabe.
Assista a reportagem da TV Brasília:
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