Cidades

Consumidor relata reajustes até cinco vezes maiores que a média da CEB

Fatura crescerá em 2015

Simone Kafruni
postado em 03/11/2014 08:06
Maíra Barbosa desistiu de alugar dois quartos para reduzir os gastos
Dona de uma panificadora em Ceilândia, Edna Silva Ferreira, de 45 anos, assustou-se ao notar a fatura de energia R$ 600 mais cara do que costumava pagar. A conta, que girava em torno dos R$ 3,5 mil, saltou para R$ 4,1 mil de um mês para o outro. ;Nos 15 anos que tenho o comércio, nunca vi um reajuste tão violento, nem quando aumentei o número de freezers na padaria;, conta. O espanto, infelizmente, não foi só de Edna. A maioria dos consumidores já sentiu no bolso os efeitos da maior crise do setor elétrico. E a alta recente da conta de luz é só uma prévia do que está por vir em 2015.


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou reajustes para quase todas as distribuidoras do país. Apenas cinco concessionárias ainda aplicarão aumentos até o fim do ano. A maior alta, para consumidores de cidades do interior de Roraima, chegou a 54%. Na média, as elevações ficaram entre 25% e 30%. No Distrito Federal, a Companhia Energética de Brasília (CEB) recebeu autorização para elevar a conta em 28,11%, mas, por decisão política, reajustou em 18%. O restante ficou para 2015.

E, para muitos, a conta aumentou bem mais que os 18% da média. ;Eu pagava entre R$ 98 e R$ 100. Este mês, a fatura chegou a R$ 250;, lamenta a aposentada Georgina Antônia da Silva, 65 anos, dona de um mercado de verduras em Ceilândia. ;Até este poste de luz aí, eu pagava R$ 18 e agora pago R$ 30;, conta, apontando para a iluminação pública. Conforme a CEB, a conta de Georgina pode ter mudado de faixa de consumo. Assim, ela passou a pagar mais pela taxa de iluminação pública.

A aposentada diz que não aumentou o consumo. Pelo contrário, passou a adotar medidas para reduzir o gasto com energia. ;Desligo os freezers do mercado à noite. Só a geladeira de casa fica ligada direto;, garante. Com o aumento na conta de luz, o negócio está se tornando inviável. ;Eu mantenho o comércio aberto para não ficar sem fazer nada, mas o custo é alto demais;, diz. Não fosse o dinheiro que recebe da aposentadoria, Georgina não conseguiria arcar com os R$ 400 que paga mensalmente apenas com a conta de água e luz. ;Infelizmente, não está sobrando muito para viver;, lamenta.


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