Cidades

Com apenas um pediatra durante o dia, Hmib só atende os casos mais graves

Hospital encaminha pacientes a postos de saúde e a outras unidades. Segundo o Ministério Público, o deficit de médicos na rede pública do DF chega a 50%

Luiz Calcagno
postado em 04/11/2014 06:02
Wilson e o filho, Felipe, deram com a cara na porta e tiveram que procurar outra unidade de saúde para tratar o menino
A unidade de saúde pediátrica pública mais importante do Distrito Federal fechou as portas. O Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) interrompeu as atividades por falta de pediatras no último sábado e só atende casos graves. Ontem, a emergência do local estava completamente vazia. A Secretaria de Saúde prometeu destacar 12 médicos e um policial militar para garantir o funcionamento do estabelecimento, mas enviou apenas quatro profissionais e nenhum de segurança. Somente um pediatra atende no local durante o dia. Funcionários passaram a enviar quem chegava para os postos de saúde da 612 Sul e 914 Sul, ou para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), do Guará (HRG), e para o Hospital Universitário de Brasília (HUB).

O Hmib atendeu, entre janeiro e abril deste ano, na emergência e no ambulatório, 61.280 pessoas. A reportagem do Correio Braziliense apurou que, antes de reduzir ao mínimo o número de atendimentos, o Hmib contava com filas de espera de mais de 10 horas. O Distrito Federal tem cerca de 4.600 médicos na rede pública. O número não variou desde o início do governo Agnelo Queiroz. Segundo o promotor de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Jairo Bisol, o deficit é de cerca de 50%.

Pais, aflitos com a saúde dos filhos, não conseguem entrar na unidade e peregrinam pela rede pública em busca de atendimento. O cozinheiro Wilson José Rodrigues, 31 anos, está entre eles. Ele levou o filho, Felipe Dias Rodrigues, 4, que tem alergia à lactose e a corantes, para o Hmib. E não foram recebidos. ;É uma frustração. Pagamos impostos e, ainda assim, precisamos procurar por profissionais da rede particular, pois não recebemos atendimento adequado;, lamentou.

Assista a reportagem da TV Brasília:

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