postado em 08/11/2014 06:04
O modelo de negócio proposto pela empresária Marcela Prado, do food truck Corujinha, será apresentado no painel sobre empreendedorismo do projeto Retrato Brasília, realizado pelo Correio Braziliense e pelo Banco do Brasil. O evento é gratuito e acontece na próxima segunda-feira, a partir das 19h, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).
Numa kombi vermelha ano 2000, materializou-se a ideia de criar um dos primeiros restaurantes de rua da cidade. Depois de voltar de uma viagem ao Caribe, a chef Marcela Prado resolveu juntar sua paixão por cozinha à possibilidade de encarar o hobby como uma forma de ganhar dinheiro. ;Eu me apaixonei pelo que vi na viagem. Então, a ideia tomou forma;, explica.
Ainda traçando o caminho do que viria a ser o Corujinha, Marcela preferiu customizar uma Kombi a utilizar um caminhão ; veículo normalmente escolhido para abrigar esse tipo de comércio. A brasiliense de 30 anos viajou até São Paulo e, lá, planejou detalhadamente tudo o que queria tirar do papel. Foi um investimento de R$ 130 mil. ;A loja ficou com a minha cara. Eu consegui imprimir minha identidade ali, e isso foi uma maneira de me aproximar dos clientes;, afirma.
Mas não é só o descolado espaço que chama a atenção. Tratando-se de comida, o mais importante são as receitas que saem da cozinha. Nada é industrializado. No cardápio, pão e molho são artesanais, e os refrigerantes, todos orgânicos. Para organizar tudo e garantir a boa qualidade dos produtos, foi necessário estudar gastronomia. ;Sempre quis apresentar uma variedade que fosse, ao mesmo tempo, bonita e saudável. Portanto, tive que me aprimorar;, diz.
Sanduíches naturais, saladas, hambúrguer e batata frita são alguns dos quitutes que a população do DF poderá encontrar no cardápio. O preço do lanche, incluindo comida e bebida, fica entre R$ 15 e R$ 30. O Corujinha chega a atender 100 pessoas em um único dia. ;Já servimos 400 pessoas, mas acho que é uma demanda muito grande. Não é a mesma coisa.;
Considerada uma expert nessa área, Marcela Prado diz que Brasília ainda tem muito espaço para novos empreendedores. ;As pessoas veem essa cidade apenas como um lugar de arquitetura moderna e funcionalismo público. Mas não é assim. Estamos em movimento;, garante.
Os pratos servidos no Corujinha agradaram tanto aos brasilienses que, segundo a chef, há uma turma de clientes que literalmente segue o cheiro da comida. ;Normalmente, a Kombi fica estacionada na zona central do Plano Piloto. Isso quando não estamos trabalhando em festas e eventos. As pessoas descobrem quando vamos ao Parque da Cidade ou ao Eixão e esperam pela gente.;
A relação, porém, vai além da tradicional compra e venda. ;Os clientes dão sugestões, e a gente aceita. Isso é muito bacana. As pessoas adoram o feedback;, pontua. Para Marcela, nunca houve dificuldades no trabalho. O prazer de levar boa comida para rua, diz, supera todos os obstáculos. ;Jamais achei um trabalho difícil. Gosto de cozinha e de estar ao ar livre. Sou assim;, conclui.