postado em 08/11/2014 16:03
Voluntários de todo o país estão mobilizados na arrecadação de doações durante o Dia Nacional da Coleta de Alimentos. Mais de 50 cidades participam da campanha que é comandada pela organização não governamental Companhia das Obras (CDO), com o apoio do programa Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc).Em Brasília, os voluntários, chamados de formiguinhas, se encontraram cedo e se dividiram por sete supermercados da cidade. Nas entradas, distribuíram panfletos explicativos sobre a campanha e pediam a doação de alimentos não perecíveis para instituições previamente cadastradas para receberem os mantimentos. Nas saídas dos caixas, outros grupos recolhiam as doações: achocolatados, açúcar, leite em pó, arroz, feijão, óleo, farinhas, enlatados, molho de tomate e macarrão.
As doações são acomodadas em caixas de até 20 quilos e entregues à Mesa Brasil para serem distribuídas às instituições. No fim do dia, as coordenadoras dos voluntários enviam à CDO uma planilha com os dados de todos os alimentos coletados e voluntários que trabalharam, para controle e prestação de contas.
;Os voluntários abordam com o papelzinho e explicam que é o Dia Nacional da Coleta de Alimentos e que a pessoa pode doar qualquer desses produtos [especificados no planfleto], pode comprar aqui na loja e entregar para os voluntários;, explica a administradora de empresas Regina Tavares, que coordenou os voluntários de um dos supermercados onde a coleta era feita na capital federal.
Segundo Regina, uma das preocupações dos que fazem a abordagem é não constranger as pessoas e deixá-las livres para escolher entre fazer ou não a doação. ;Se a pessoa não quer nem falar, não quer receber o papel, a gente deixa livre. Tem que ser livre, a pessoa tem que dar de coração, não pode ser constrangido a doar;, explica.
Segundo ela, porém, do mesmo modo que existem os que não querem nem ouvir os voluntários, há os que são muito generosos. ;No ano passado uma senhora chegou com um carrinho cheio e nós pensamos que ela ia tirar uma sacolinha para nos entregar. Ela tirou a sacolinha e quando o voluntário foi pegar ela disse ;não, esse é meu;, e nos entregou o carrinho inteiro de compras;, conta. Muitos pais também aproveitam a oportunidade, segundo Regina, para ensinar aos filhos sobre caridade e os levam para fazer as doações.
Para a voluntária Amária Fernandes, a oportunidade de trabalhar para ajudar as instituições de caridade traz grande satisfação. Na opinião dela, o dia é de prazer. ;É notável porque quando você faz um trabalho dessa natureza, você não cansa, não se sente pesado. É um prazer a mais, algo gratificante;, diz.
Assim como os voluntários, os doadores também dizem que a oportunidade de ajudar é recompensadora. O casal Amanda Lopes e Ricardo Falcão conta que já colaboravam para uma instituição ligada ao Mesa Brasil e conhecem o trabalho realizado por eles. ;Eu já ajudava uma creche que recebia doações do Mesa Brasil. Eu sei que é um trabalho sério, organizado, que pode confiar;, diz Ricardo.
Para Amanda, o que falta é a chance de conseguir fazer a doação chegar aos que precisam. ;Acho que, às vezes, as pessoas querem ajudar, mas se sentem perdidas. Um pouco que cada um fizer já é muito;, diz.
Um balanço sobre os resultados da coleta será divulgado posteriormente pela CDO. No ano passado, 130 toneladas de mantimentos foram arrecadados em todo o Brasil. Os alimentos arrecadados são enviados inicialmente a um banco de alimentos e de lá são distribuídos para as instituições, conforme a necessidade de cada uma delas, para evitar duplicidade ou desperdício de alimentos. Estão entre as instituições atendidas creches, asilos, casas de acolhimento e entidades de assistência social.