postado em 09/11/2014 08:06
Encontrar funcionários nos respectivos postos nas administrações regionais tem sido uma missão difícil depois das eleições. Com o fim da campanha e a derrota do governo petista na corrida ao Palácio do Buriti, é raro ver todas as repartições ocupadas. Indicados por padrinhos políticos, grande parte dos comissionados deixou de bater o ponto durante o expediente. Com o trabalho em ritmo de fim de governo, serviços essenciais nas cidades ficaram praticamente paralisados.
O Correio visitou algumas das 30 unidades durante dois dias. Em todas, é possível encontrar diretorias e gerências vazias ou até mesmo trancadas. Alguns comissionados usam a estratégia de aparecer no trabalho pela manhã e ir para a casa à tarde. Em Samambaia, dois funcionários acabaram exonerados por faltar ao trabalho por mais de uma semana sem dar explicações. Eles atuaram na campanha de um candidato da cidade que não se elegeu deputado.
Na unidade, a escassez de funcionários pode ser percebida já no estacionamento, onde há poucos carros. No prédio que concentra as gerências de feira e assistência social, apenas duas das seis portas estavam abertas na tarde da última quarta-feira e, mesmo assim, em uma delas não havia ninguém. Com a máquina pública quase paralisada, o canal mais próximo do governo com a população se torna ineficiente. Quem sofre é o morador, que encontra enormes dificuldades para resolver problemas simples, como apresentar projetos na área de cultura, esportes ou pedir alguma licença para montar comércio.
O cenário é parecido na Administração da Ceilândia. O mecânico Marcelo Cordeiro da Silva, 31 anos, perambulava nos corredores à procura de alguém que o ajudasse a entender como ele deveria proceder ao adquirir um lote no Condomínio Sol Nascente. ;Eu tenho interesse de comprar um lote lá, mas como ainda é uma invasão, quero fazer tudo certinho para depois o governo não derrubar. O problema é encontrar alguém que saiba dar informação;, reclamou.
A reportagem confirmou a frustração de Marcelo. Na tarde da última quarta-feira, por duas vezes procurou alguém responsável pelo setor, mas só na última tentativa uma funcionária apareceu para dizer que os chefes haviam saído para um ;trabalho de campo;. Sugeriu tentar ligar várias vezes durante o dia, ;para não dar viagem perdida;.
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